Secagem de peixe na
Nazaré – Hoje, é sobretudo o “Canhão” da Nazaré e as suas “ondas gigantes”!
Há muitos anos, foi o encanto dos fotógrafos, entre os quais Castello-Lopes,
Artur Pastor, Cartier-Bresson, Edouard Boubat e Jean Dieuzaide. Até Agnés Varda
e Stanley Kubrick por lá andaram. Parece que não se podia vir a Portugal sem
passar pela Nazaré. Antes e depois dessa moda, a Nazaré era, além das mulheres
de negro, a secagem de peixe. Sobretudo o carapau, os batuques e a sardinha. Depois
de “amanhado”, o peixe era colocado nas “paneiras” (tabuleiros) do “estindarte”
(estendal). Eram necessários uns dias para o peixe seco, umas horas para o
peixe “enjoado”. Secava-se peixe para comer, vender e guardar para o Inverno.
Muitos trabalhadores agrícolas ou da construção, por esse país fora, ficaram a
dever às sardinhas secas da Nazaré a única fonte diária de proteínas. Agora, a
“arte” e o trabalho vão desaparecendo. O turismo rende mais. O “surf” também. E
há já quem fale em proibir a pesca da sardinha durante dez ou quinze anos.
DN, 5 de Novembro de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário