domingo, 30 de dezembro de 2012

Luz - Oxford, Blackwell’s bookshop

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Em 2004, ainda havia livrarias a sério. Pelo menos em Oxford. A Blackwell’s era um notável exemplo. Tinha instalações em vários edifícios, com numerosas salas, umas enormes, outras bem pequenas e aconchegadas. Havia andares com livros em segunda mão; um antiquário; uma loja só com posters, postais, gravuras, mapas e livros de arte; uma pequena loja com livros de viagem; a grande livraria, com cinco ou seis andares e caves; e finalmente a loja de música, discos, DVD, CD, pautas e livros sobre a música e os músicos. No maior edifício, as salas e os andares estavam divididos segundo úteis disciplinas, estilos, línguas, nacionalidades e géneros. Havia sempre tudo. Quando faltava alguma coisa, demorava horas ou poucos dias a chegar. Podia-se abrir conta como se fôssemos conhecidos. Com a Internet, a Amazon e outras similares, mais os computadores, o Kindle, o iPad e outras tabletes, tudo isso desapareceu. Ou quase. A Blackwell’s está reduzida a duas lojas. Na principal, creio que na esperança de atrair clientes, já há café, refeições, sumos, crepes e outras bebidas. A loja de música, ilustrada nesta imagem, desaparece. O novo mundo tem certamente vantagens. A Amazon é uma delas. Mas tem também inconvenientes. E o desaparecimento das livrarias é seguramente uma delas. (2004)

domingo, 23 de dezembro de 2012

Luz - Vindima em Covas do Douro

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Esta aldeia fica perto do Pinhão. O sítio tem uma antiga denominação, Gontelho, conhecida há séculos nos livros antigos. A aldeia e a região, incluindo as localidades vizinhas de Covelinhas, Gouvinhas, Ferrão, Donelo e outras, produzem excelentes vinhos, especialmente vinhos do Porto, há mais de trezentos anos. Esta imagem tem quase trinta. Só um olhar atento percebe as diferenças com os dias de hoje. Os trajos dos trabalhadores já estão ultrapassados, mesmo se não muito distantes de nós. Os cestos vindimos, mais ao fundo e à esquerda, praticamente desapareceram e foram substituídos por cestos mais pequenos (25 quilos em vez de 70), ou por caixas de plástico, ou por pequenos contentores. Os cestos já não são transportados a costas de homens, mas sim em camionetas e tractores. Os garrafões, de que aqui se vê um exemplar, ainda por lá andam... Os arames dos bardos já não se apoiam em pedras de ardósia (de que há ainda muitas no Douro de hoje), mas em postes de madeira, mais económicos, menos frágeis e mais capazes de resistir aos choques das máquinas. (1985)

domingo, 16 de dezembro de 2012

Luz - Muro das Lamentações, Jerusalém 2012

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A minha visita ao Muro das Lamentações trouxe-me a confirmação de um facto por mim conhecido há muito: mesmo conhecidas por outras vias, mesmo vistas mil vezes em cinema, fotografia ou televisão, mesmo lidas dezenas de vezes em jornais ou livros, mesmo contadas vezes sem fim por outras pessoas, certas coisas, pessoas ou situações, quando visitadas pela primeira vez, surpreendem-nos sempre! Foi o que aconteceu neste Muro famoso. Foi o que senti quando me aproximei de pessoas como esta que rezavam diante do Muro, por vezes inteiramente coladas às pedras! O ambiente à volta é inesquecível. Há tensão, disciplina, silêncio, murmúrio de orações, medo de provocações e um sentimento pouco amistoso por parte dos que querem rezar em privado e são perturbados pelos numerosos turistas que querem ver, às vezes compreender, quase sempre fotografar. Em certos dias não se pode entrar, ou falar ou fotografar. Noutros dias especiais, os gentios são afastados. Há cânticos e melopeias. Há silêncios que parecem gemidos. Naquelas fendas entre as pedras, como a que se vê nesta imagem, jazem milhares de bilhetes com nomes e orações, pedidos e promessas... De vez em quando, uma operação de limpeza liberta as fendas para que tudo recomece. Há sítios que ficam aquém do que se espera e são verdadeiras desilusões. Há locais que correspondem ao que se pretende. Há ainda os que ultrapassam tudo o que se esperava. Nesta última categoria, incluo Veneza, o deserto do Sara, Hong kong, Nova Iorque, Chartres, a Patagónia, o Machu Pichu... Israel e o Muro ficam neste grupo, sem dúvida. Pelas boas e pelas más razões.   (2012)

domingo, 9 de dezembro de 2012

Luz - Port Meadows, Oxford 2004

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Já não é a primeira vez (nem será a última...) que trago aqui fotografias de Port Meadows e do seu baldio. Este pertence ao povo da cidade de Oxford há quase 600 anos! E lá resiste à construção, aos loteamentos, aos patos bravos... No Verão e nos fins-de-semana todo este terreno se anima com banhistas, leitores, ginastas, namorados, atletas, famílias em piquenique, ciclistas e passeantes que se dirigem aos Pubs da vizinhança!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Luz - Perto de Petra, Jordânia 2012

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No meio do deserto, uma tenda e uma família de beduínos. Duas pessoas e dois animais dão vida a esta aridez absoluta. Dizem-me os meus companheiros que a família e respectiva tenda tanto podem ficar aqui semanas ou meses, como partir amanhã, sem que ninguém ou quase saiba para onde vão.