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Em
2004, ainda havia livrarias a sério. Pelo menos em Oxford. A Blackwell’s
era um notável exemplo. Tinha instalações em vários edifícios, com numerosas
salas, umas enormes, outras bem pequenas e aconchegadas. Havia andares com
livros em segunda mão; um antiquário; uma loja só com posters, postais,
gravuras, mapas e livros de arte; uma pequena loja com livros de viagem; a
grande livraria, com cinco ou seis andares e caves; e finalmente a loja de
música, discos, DVD, CD, pautas e livros sobre a música e os músicos. No maior
edifício, as salas e os andares estavam divididos segundo úteis disciplinas,
estilos, línguas, nacionalidades e géneros. Havia sempre tudo. Quando faltava
alguma coisa, demorava horas ou poucos dias a chegar. Podia-se abrir conta como
se fôssemos conhecidos. Com a Internet, a Amazon e outras similares, mais os
computadores, o Kindle, o iPad e outras tabletes, tudo isso desapareceu. Ou
quase. A Blackwell’s está reduzida a duas lojas. Na principal, creio que
na esperança de atrair clientes, já há café, refeições, sumos, crepes e outras
bebidas. A loja de música, ilustrada nesta imagem, desaparece. O novo mundo tem
certamente vantagens. A Amazon é uma delas. Mas tem também inconvenientes. E o
desaparecimento das livrarias é seguramente uma delas. (2004)
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