domingo, 29 de outubro de 2017

Sem emenda - A Revolução de Outubro em Lisboa

Não se pode dizer que tenha sido deliberado, mas a greve geral da Função Pública desta semana, convocada pela CGTP, com o distraído apoio do Bloco, é uma maneira de comemorar o centenário da Revolução de Outubro que agora se celebra, entre o Outubro gregoriano e o Novembro ortodoxo. É um dos mais importantes acontecimentos da história contemporânea, um dos mais sanguinários episódios do século XX e uma das mais negras páginas da história da Liberdade!

Os centenários costumam ser gloriosos! Este não é o caso. Na Rússia, na China, em Cuba ou na Coreia, a passar-se alguma coisa, serão demonstrações melancólicas e pífias. Em Portugal, há uns filmes de Eisenstein na televisão, uns livros reeditados de Alvaro Cunhal e uns breves escritos de políticos portugueses ligados ao Bloco. É pouco, mas é o que há. Mais importantes são as traduções de autores de renome, Pipes, Service, Conquest, Carrère D’Encausse, Furet, Sebag Montefiore, Figes e Fitzpatrick, entre outros.

A maneira portuguesa de comemorar a Grande Revolução consiste bem mais na existência de um Governo socialista apoiado pelo PCP e pelo Bloco. É um dos raros exemplos, talvez mesmo o único, em que colaboram três das mais antigas variedades de comunistas, Trotskistas, Estalinistas e Maoistas. Não directamente, pois não se sentam à mesma mesa, mas através do mediador PS. As relações entre os três foram sempre venenosas e violentas. Da Catalunha a Pequim, de Coyoacán a Havana, de Hanoi à Manchúria, as relações entre estas três tendências do marxismo-leninismo foram pautadas pela extrema violência e pelo assassinato puro e simples. O facto de se encontrarem associadas ao governo socialista, ele próprio com uma tradição de hostilidade por parte daquelas espécies comunistas, é digno de atenção. O que torna este caso ainda mais curioso é a sua insignificância na política internacional. Na verdade, já quase não há Estalinistas. Maoistas ainda existem em quantidade, mas na China, pois claro. E Trotskistas encontram-se em extinção rápida. Na verdade, as três liturgias são quase inexistentes.

Portugal é caso único na Europa e raro no mundo. Os resultados eleitorais são fascinantes. Um pouco mais de 8% para os estalinistas do PCP; mais de 10% para os trotskistas e maoístas do Bloco; e uma coligação de ambos, separadamente, com os socialistas, constitui uma singularidade tão especial quanto um último exemplar do Dodo. Como naqueles filmes do parque jurássico em que animais extintos são trazidos à vida contemporânea.

A centenária revolução legou à humanidade uma formidável obra política, cultural, social e ideológica: o comunismo real. Este teve uma enorme influência nas vidas dos povos e dos Estados. Ao fim de cem anos, essa incontornável realidade do século XX jaz no “caixote do lixo da história”. Desapareceram o “homem novo” e o “futuro radioso” com custos e perdas que se elevam a dezenas de milhões de mortos pela força bruta, pela fome deliberada e pela doença! E dezenas de milhões de prisões, de deportados, de execuções e de assassínios.

Portugal é um dos raros sítios do mundo onde há comunistas (estalinistas, maoístas e trotskistas) activos, reconhecidos e a exercer funções em regime democrático. Minoritários, mas, ao que dizem, com esperanças de aumentar a sua influência no governo socialista. Há dois anos que se iniciou um ensaio de participação no poder. Se esta experiência trouxesse uma verdadeira conversão dos comunistas à democracia, à Europa, aos direitos individuais, à liberdade e à iniciativa privada, Portugal assistiria a um fenómeno interessante para o nosso futuro. Se acontecesse o contrário, isto é, a conversão dos socialistas às crenças dos seus aliados e à complacência com as liberdades reduzidas, a democracia vigiada e o primado do Estado, então sim, estaríamos em presença de um acontecimento único na história dos povos e da Europa.

DN, 29 de Outubro de 2017

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Visita guiada ao Museu da STASI, em Berlim – A STASI (Ministério da Segurança do Estado) era, até ao derrube do Muro de Berlim, a polícia política, de informações e de espionagem da República Democrática Alemã, ou antes, da Alemanha comunista. Eram cerca de 92.000 agentes e 170.000 informadores. O seu chefe durante 35 anos foi o famigerado torcionário Erich Mielke. Hoje, a antiga sede alberga um museu onde se podem ver milhares de objectos, fotografias, fichas, equipamentos, gravações e registos da que foi uma das piores polícias do mundo moderno. Os seus requintes de malvadez incluíam uns milhões de frascos com algodão em rama que tinha sido embebido com suor dos presos (que transpiravam de medo durante os interrogatórios…). Os frascos estavam identificados e selados. Quando a polícia procurava alguém, abria o frasco, dava a cheirar aos cães especializados e lá iam buscar os pobres diabos… Nesta imagem, no átrio da entrada, à volta de uma maqueta dos edifícios, um grupo de jovens estudantes ouve as explicações dadas pela professora.

DN, 29 de Outubro de 2017

domingo, 22 de outubro de 2017

Sem emenda - E lucevan le stelle…

No céu, brilhavam as estrelas! Os Portugueses distinguiam-se em várias modalidades desportivas. Os cruzeiros internacionais chegavam cada vez mais ao porto de Lisboa. Aumentava o número de estrangeiros que desejavam viver em Portugal. Abriam hotéis todos os dias. A temporada turística era maior do que a estação de Verão.
Estava tudo a correr tão bem! As agências internacionais tinham-se finalmente rendido à justeza da política do governo. A economia crescia. O desemprego baixava. A exportação aumentava. Os investimentos estrangeiros batiam à porta. O Novo Banco estava vendido. O Orçamento negociado: o Bloco gabava-se de tudo o que era bom, mesmo do que não era obra sua. O PCP exigia tudo o que já obtivera. O governo tinha folga para dar ao Bloco e ao PCP o que queriam.
Apesar de a CGTP resmungar e a FENPROF vociferar, reinava a paz social. Magistrados e enfermeiros juntavam-se aos sectores laborais em luta, mas sem ameaça. O Bloco e o PCP defendiam a solução de governo. O PSD entrava em crise de liderança e, com eleições dentro de alguns meses, deixava o governo em paz. O julgamento de Sócrates anunciava-se para mais tarde e cada vez desaparecia mais a ligação daquele malfadado governo ao Partido Socialista e aos actuais governantes. As ligações perigosas reveladas pelo processo Sócrates podiam esperar. Os fantasmas de Lula, Chavez e Maduro deixavam de ameaçar. O julgamento de Ricardo Salgado parecia estar cada vez mais longe, dissolvendo-se no tempo as interacções daquele grupo com os governos, especialmente os socialistas. Pensava-se que era fácil arranjar uma explicação para o insólito desaparecimento de Tancos e a extravagante aparição da Chamusca. Manhãs gloriosas e noites tranquilas! Não é possível pedir mais! Brilhavam as estrelas! E muitos nunca se tinham sentido tão felizes!
Eis senão quando… Parece uma tempestade perfeita! Tudo ruiu, a confiança e a esperança. A epifania terminou bruscamente. Ao revelarem a incompetência das instituições, a impreparação dos serviços e talvez o clientelismo da Protecção Civil, os fogos de Verão destruíram a confiança reinante. Os relatórios de Pedrógão deixaram a Administração de rastos. A segunda vaga de incêndios gerou perplexidade e insegurança. Mais de uma centena de mortes mostraram a vulnerabilidade de um país, a fragilidade de um povo e a incompetência de um Estado.
Os co-responsáveis por este governo, Bloco e PCP, depressa declararam que nada tinham a ver com a Protecção civil e que os verdadeiros culpados eram os governos de direita. Depois de perderem as eleições autárquicas, os comunistas decidiram atacar. O Bloco também e entendeu chegado o momento de rever a sua posição e pensar no futuro.
Hábil e habilidoso, como é reputado, o Primeiro-ministro preparou-se para gerir a crise, como hoje se diz: arrumar as crises parciais, dissolver as mais graves, puxar pelas coisas boas, dilatar no tempo as más, adiar problemas, prometer subsídios e anunciar medidas e dinheiro. Mas essa é a gestão de crise dos burocratas e dos políticos de laboratório. Está tudo certo, menos o imprevisto, o vital, o sofrimento, a confiança… E faltam sinceridade e prontidão. E, algures, uma réstia de humanidade.
A verdade é que quase não há quem pense a floresta, raros consideram as árvores, poucos estudam os incêndios. O governo preocupa-se com o orçamento, os seus aliados e as notícias nos jornais. António Costa pensa em Lisboa e Bruxelas. Os socialistas são urbanos e interessam-se pelo governo. Os comunistas são urbanos e alentejanos. O Bloco é urbano e litoral. O PSD está desgarrado. O CDS não tem força. A direita sonha com negócios, os socialistas com startups e os comunistas com nacionalizações. O governo tem mais que fazer. Os autarcas desesperam e garantem que não têm poder nem meios, mas raros se fizeram ouvir durante o ano. Parece que só o Presidente Marcelo fez o que tinha a fazer e fez tudo o que podia. O Presidente e os bombeiros.
DN, 22 de Outubro de 2017

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Família chinesa diante da Cidade proibida, com soldados, turistas e Mao – Tudo o que ali está parece harmonioso! A pacificada Tiananmen, uma das maiores praças do mundo, repleta de turistas nacionais e estrangeiros, três gerações de uma família feliz com a sua sorte, soldados rígidos e hieráticos e o retrato kitsch de um dos maiores ditadores da história contemporânea. Nesta semana de Outubro, o congresso do Partido Comunista Chinês, o maior do mundo, confirmou o seu chefe, Xi, elegeu a sua direcção, estabeleceu que as políticas de Xi passassem a ser “o pensamento do Presidente Xi”, autoproclamou-se a maior economia do mundo, garantiu que a China seria democrática, poderosa, culta, desenvolvida e bela em 2050. Mais revelou estar a construir a maior frota marítima do mundo, as maiores centrais nucleares do mundo e o maior exército do mundo. Apesar de ser também o país mais poluidor do mundo, decidiu manter-se no Acordo de Paris e criticou o governo americano por ter saído.
DN, 22 de Outubro de 2017

domingo, 15 de outubro de 2017

Sem emenda - O regime já perdeu

É uma história sem fim feliz. Qualquer que seja o desenlace, ficaremos a perder. Portugal e o seu povo ficarão sempre a perder. Evidentemente, se Justiça for feita, poderemos sempre dizer que ressuscitámos, que a Justiça é a nossa Fénix. Se os culpados forem expostos e condenados e se as vítimas e os contribuintes forem pelo menos moralmente ressarcidos (nunca o serão financeiramente…), será possível dizer que, bem lá no fim, a Justiça prevaleceu. Se assim for, poderá também afirmar-se que será possível, depois do desastre, aprender com os erros. É uma consolação.

Mas ficaremos a saber que duas ou três (ou mais…) operações politicas e financeiras de assalto ao Estado, a algumas das melhores empresas portuguesas, aos recursos de milhões de depositantes, credores, accionistas e investidores se desenvolveram durante anos. O que aconteceu com a cumplicidade de um ou dois partidos políticos, com a participação activa de alguns dos “melhores” banqueiros portugueses, com a intervenção maliciosa de um governo, com a colaboração dolosa de vários gestores privados e públicos. Tudo isto perante a incapacidade ou falta de poderes das entidades fiscalizadoras, diante do silêncio das instituições e a coberto de uma comunicação social geralmente mal preparada e dependente. Vários bancos foram liquidados. Diversas empresas destruídas. Um grupo de insaciáveis sem escrúpulos tomou conta!

As instituições não tiveram poderes para intervir com firmeza e honestidade. As instituições, por responsabilidades objectivas ou subjectivas, não agiram quando deviam, não perceberam o que estava a acontecer. Umas não puderam, outras não quiseram.

Falhou a opinião pública, falhou a imprensa e falharam as instituições. Os governantes não falharam, porque eram cúmplices ou protagonistas. Mas o Parlamento falhou, porque não cumpriu os seus deveres. Nem quis saber. Os partidos não falharam, porque aproveitaram. Ou falharam, porque não perceberam.

Primeira hipótese: encontramo-nos diante de uma colossal operação de destruição de pessoas, partidos, governantes, empresas e bancos, a comando de concorrentes ocultos e de abomináveis forças de conspiração. Nessa versão, falham o regime, a democracia e a Justiça. Segunda hipótese: uma monumental operação de expropriação e assalto ao Estado, por parte de políticos, gestores e banqueiros, destruiu empresas e grupos, fez literalmente desaparecer dez a vinte milhares de milhões de euros. Nesta versão, falham o regime, a democracia, o sistema político, o Parlamento, as instituições e o capitalismo português.

Convêm não esquecer que não se sabe onde pairam cinco a dez mil milhões “desaparecidos”, mas que se encontram depositados a recato em contas de famílias, seus mandatários, cães e gatos. A que terão de se acrescentar cinco a oito milhares de milhões de outras histórias mal acabadas, como a do BPN. Convém ainda não esquecer que as actuações de políticos, banqueiros, bancários, gestores e empresários relativamente às PPP, aos SWAPS e aos golpes em quase todos os bancos portugueses estão fora da alçada deste processo Sócrates barra Salgado barra Espírito Santo barra PT.

Perdeu o regime e perdeu Portugal. Que ninguém pense que, com excepção do ladrão, alguém vai ganhar e que o fim será feliz. Não. Ou perde a economia, o mercado e a banca. Ou perde o mais importante partido político da democracia, o seu líder durante seis anos e o seu único Primeiro-ministro com maioria absoluta. Ou perde a democracia e o seu sistema político que conviveu com parasitas da política ou das finanças, deixou pulhas roubar o Estado e permitiu que velhacos roubassem depositantes, credores e accionistas de boa fé. Ou perde a democracia e o seu sistema de Justiça que não consegue organizar um serviço capaz de investigar eficazmente, arguir dentro de prazos decentes, julgar em tempo e dar sentenças a horas. Ou perde o regime cuja classe dirigente é incapaz de governar com honestidade e em democracia.

Ou perdemos tudo, que é o mais provável.
DN, 15 de Outubro de 2017


Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Pinóquio, relapso mentiroso, quer ser gente a sério – Esta loja, em Florença, tem como principal herói o muito popular Pinóquio, criado nos finais do século XIX por mestre Geppetto, escultor, que fez um boneco de madeira com uma ambição: a de ser criança como as outras, de carne e osso. O autor foi Carlo Collodi, escritor e jornalista, famoso por esta sua criação. Pinóquio ficou conhecido na história por várias razões, a de pretender ser pessoa de verdade, a de querer subir na vida e a de mentir com arte e talento. Esta última característica foi tão marcante que se chegou, nas disciplinas filosóficas e psicológicas, a criar um “Paradoxo de Pinóquio” e uma “Síndrome de Pinóquio”. Um traço divertido e de efeitos morais consistia no nariz que crescia cada vez que mentia. Como em todos os mitos, a verosimilhança não é o mais forte. Na verdade, se este boneco era de famílias pobres e humildes, tem-se verificado que, entre as muitas variedades de mentirosos, também os há ricos e poderosos.

DN, 15 de Outubro de 2017

domingo, 8 de outubro de 2017

Sem emenda - A estatística e a política

As “noites eleitorais” são momentos altos da vida democrática. Muitos dos comentários que ouvimos nessa noite parecem saídos directamente de um episódio de humor. Sem rir, um trata o sapo de gato e o outro de rato. Na verdade, trata-se de uma mistura hilariante entre a arte mais fingida, a política, e a ciência mais exacta, a estatística. Quem ganha e quem perde, naquela noite, é do domínio da poesia. Ou da ficção.

Apesar de grandes derrotas (Porto, Oeiras) e de vitórias medíocres (Lisboa), o PS foi o grande vencedor. António Costa não escondia a sua aflita alegria. Derrotar aliados é mais problemático do que vencer adversários.

Mau grado as poucas perdas (número de câmaras), o PSD ficou de rastos e pagou, com humilhação, quatro anos de troika e dois de miopia. Com serenidade, Passos Coelho não disfarçou a sua incompreensão.

Não obstante os miseráveis resultados locais e nacionais, o Bloco de Esquerda, um grande derrotado, apresentou-se como vencedor sorridente, recheado de superioridade e embrulhado em certezas.

Derrota pior, quase tão dolorosa quanto a do PSD, foi a do PCP. Perdeu alicerces, bastiões e fortalezas (Beja, Almada, Barreiro). Com inusitado nervosismo, Jerónimo de Sousa ameaçou os eleitores (“Hão-de arrepender-se!”).

Vitória magra em números (votos e câmaras), mas grande em símbolo (Assunção Cristas em Lisboa) foi a do CDS, que tem agora de saber distinguir o fortuito do essencial.

O afastamento de Passos Coelho merece nota. Os seus erros foram certamente muitos e as insuficiências também. Mas não lhe faltaram honra e seriedade para levar a termo o programa de austeridade, sem o que estaríamos hoje em muito piores condições. A sua teimosia, no governo, e a sua miopia, na oposição, nunca o impediram de ser um político decente.

Os dados estão lançados. Ou quase. A refundação das esquerdas começou. Dentro de dois ou três anos saberemos os resultados. Qual a relação das esquerdas com a liberdade e a democracia? Qual a opção de esquerda relativamente à segurança e à defesa europeia? Qual a determinação da esquerda perante o terrorismo? Qual o programa da esquerda relativamente ao mercado e à iniciativa privada? No essencial destes temas, a esquerda democrática (o PS) tem património rico, mas, recentemente, revela hesitações. Também a esquerda mais esquerda (o PCP e o Bloco) tem tradições, cada qual as suas, mas opostas à do PS. Depois do êxito destes dois anos de governo comum e após as eleições autárquicas, está aberto o caminho para a reorganização da esquerda! O PS quer ganhar ainda muito. O PCP e o Bloco não querem perder mais.

Os tempos vão ser ricos e férteis. Os três paridos da esquerda perceberam exactamente o que os espera: o êxito de um será o fracasso dos outros. Os próximos orçamentos e as políticas públicas a aprovar dentro destes dois anos serão vitais para a definição das esquerdas e das suas fronteiras. Para o PCP e o Bloco, as eleições deixaram de ser importantes: vitais são as leis e o orçamento.

Por feliz coincidência, também as direitas estão em momento crucial de definição e refundação. Estas têm tido grandes dificuldades em acertar contas com o pensamento liberal e as tradições democratas-cristãs. E com uma certa influência social-democrata e reformista. Sem falar na política de “todos os horizontes” populares e democráticos, como se vê pelo facto de ambos os partidos, PSD e CDS, terem também alcunhas ou pseudónimos, PPD e PP. Também aqui parece ter chegado a hora das definições.

Esquerdas e direitas, a todos se apresenta ainda uma série de dilemas e de escolhas indispensáveis: que fazer com a identidade nacional? Que fazer com Portugal, a Europa e o euro? Com o nacionalismo e o cosmopolitismo? E como tratar das ligações venenosas com os interesses tóxicos e a corrupção?

Vivemos tempos fascinantes!
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DN, 8 de Outubro de 2017