El Escorial – Renascentista
e clássico, tem palácio, mosteiro e basílica. Já foi residência de reis. Felipe
II mandou construir no século XVI e, segundo Schiller e Verdi, ali “repousa
sozinho” na cripta do panteão real. Na verdade, está ao lado de dezenas, entre
as quais seis princesas e rainhas portuguesas. Fica a 70 quilómetros de Madrid.
O rei criou a capital e fez o centro do Estado, de que o Escorial é símbolo.
Com o tempo, o mosteiro passou a património, enquanto o poder ficava em Madrid.
Durante séculos, esquerdas e direitas mantiveram a centralidade. A ditadura de
Franco ainda mais a reforçou. Com a democracia, os poderes periféricos ganharam
força. A começar pela Catalunha, onde uma parte da população aspira à
independência. As autoridades locais socorrem-se de todos os métodos,
democráticos e legítimos, ilegais e demagógicos. O poder central reage bem e mal,
recorre à lei e à força. O confronto é inevitável. É possível que muito corra
mal para a Catalunha, para a Espanha e até para a Europa. Há esquerdas e
direitas dos dois lados. Mas também há gente, pouca, que não é necessariamente
a favor da Catalunha nem de Madrid, mas que quer uma luta política legal e um
diálogo permanente. São sonhos cada vez mais afastados do possível.
DN, 1 de Outubro de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário