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Depois de anos e anos de abandono e desordem,
o
Terreiro do Paço foi finalmente limpo, reorganizado e pavimentado. Retiraram-se
os carros, quase todos, da maior parte da praça. Ficou uma rua para todo o
tráfego e uma nesga infame, ao lado do torreão poente, para uma dúzia de
automóveis dos senhores ministros e dos senhores secretários de Estado. À volta
de toda a praça (seguramente uma das mais belas do mundo), apareceram
restaurantes e cafés, uns discretos, outros com publicidade e ruído infectos.
Enfim, paciência. O pavimento da praça ficou certamente claro de mais, a luz
reflectida quase fere os olhos. Aliás, pode ver-se: quando chegam à praça, a
primeira coisa que fazem as pessoas desprevenidas é pôr óculos escuros. Se os
têm. A praça quase se prolonga agora até ao Cais do Sodré. Nesse percurso, há
hoje relva, princípios de árvores, escadarias até ao rio, bancos e
degraus… O Cais das Colunas foi reaberto e está acessível, menos quando
há obras, o que parece ainda hoje, Outubro de 2014, acontecer quase todos os
dias. No Terreiro do Paço e áreas adjacentes, vêem-se agora milhares de
turistas, parte de um fenómeno realmente novo e que toca directamente a Lisboa
e Porto. Por várias razões (Mediterrâneo em guerra, crise económica, custo de
vida, voos “low cost”, beleza das cidades, interesse pelas cidades
antigas, clima e mesa, etc.), aquelas duas cidades são hoje, desde há uma
década, centros de atracção de turistas como nunca se tinha visto antes. Estes
autocarros vermelhos fazem parte dos relativamente novos equipamentos de
turismo. (2014)