A MERA informação já não deve ocupar as páginas de um semanário. Além dos diários, a Televisão, a rádio e sobretudo a Internet e os canais On line, ocupam-se disso.
Os temas prioritários (política, sociedade, Estado, políticas públicas, cultura) devem ser sempre abordados de uma maneira mais profunda, com mais pormenor e com elevada atenção ao enquadramento.
Um semanário tem mais responsabilidades na actividade de “desvendar” os factos opacos ou “misteriosos” do que os diários ou as televisões.
Muito do que se passa na sociedade e na política é totalmente incompreensível se não for devidamente tratado e esclarecido. As causas concretas da dívida portuguesa e o défice dos anos 2005 a 2013, por exemplo, ainda estão hoje razoavelmente encobertas.
Muitos dos custos reais ou do investimento por cabeça de habitante e por classe social são ignorados: saúde, educação, universidade, ciência, cultura, etc.
Para além dos “sectores”, há temas especiais que deveriam ser constantes, como por exemplo os caminhos da Liberdade, as relações entre Estado e Liberdade, as consequências da crise internacional na Liberdade, os efeitos da crise da União Europeia na Liberdade, etc.
A cultura deveria ser preocupação permanente e merecer desenvolvimento no futuro. Toda a comunicação social está orientada para o espectáculo e a encenação, quando não para a publicidade e a propaganda. É indispensável contrariar essa tendência, o que já se percebeu que em Portugal não acontecerá com os diários, muito menos com a televisões.
Finalmente, os colunistas de opinião. Estes deveriam constituir, cada vez mais, o privilégio do semanário, um seu traço de distinção. Colunistas independentes, cultos, polémicos, controversos, sem lugares-comuns, sem linha política orgânica e adeptos de uma noção generosa da Liberdade individual.
-
«Expresso» de 5 Jan 13
3 comentários:
A crise resultou de se querer não manter o fluxo de crédito irresponsável, mas salvar bancos e instituições tão fadadas a falhar como os semanários e as semanadas...
Quanto aos temas prioritários, devia-se ficar pela luz, ou anúncios da 3ªguerra mundial dão jeito este ano, pois o apocalipse maia ficou no comboio das 8...
Colunistas independentes, cultos, polémicos, controversos, sem lugares-comuns, sem linha política orgânica e adeptos de uma noção generosa da Liberdade individual ou seja vai ser um jornal assessorado por médiun's e maias....
colunista bom isento, grande homem etc é aquele ou aquela que abriu um buraco no pobre tecido da nação com a sua prematura partida aos 69 ou aos flack 88,,,,
mação generosa da liberdade individual vem em doses de quantos litros?
controversos e sem lugares comuns
mas são colunistas ou são agitadores ao estylo dos Messias e Joões Baptistas?
Enviar um comentário