domingo, 13 de maio de 2012

Luz - Mercado, Barbados, 1971


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Estive aqui, quase de passagem, há quarenta anos. É a ilha mais a Leste das Caraíbas. Já havia, por aqui e ali, uns “resorts” de turismo, praia, caça ao tubarão, pesca grossa e daiquiris... Tudo um pouco pindérico. Era o princípio do novo mundo actual. Na cidade, muito pequena, já se notavam placas à entrada dos edifícios com nomes sonantes e insólitos de empresas financeiras e aparentadas: o início dos paraísos fiscais. Mas, no essencial, esta ilha era ainda a que vinha dos romances de aventuras e de piratas. Azáfama aparente e correrias nos mercados, vida tropical por excelência, notando-se uma altíssima densidade de bares e tabernas por metro quadrado. Nas ruas dos arredores e no campo, os aromas eram estranhos. Demorei umas horas a perceber que se tratava de refinarias de beterraba, de fábricas de melaço e de destilarias de rum um pouco por toda a parte, geralmente artesanais. Cheirava a açúcar queimado, a melaço e álcool. Música local porta sim, porta não (Não consigo identificar o género... Fazia lembrar a que se tocava muito na Jamaica e na Trinidad, com instrumentos improvisados, restos de bidões de lata, rodas de carros, etc.). Deve ser esta uma das ideias que se faziam os europeus do Paraíso perdido...

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