quinta-feira, 18 de junho de 2009

Luz - Mulher – Covas

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Numa aldeia do Norte, em Covas do Douro, perto do Pinhão, uma mulher transporta à cabeça a lenha que foi apanhar à vinha. (1979).

5 comentários:

Rui Moreira disse...

Essas vielas, aldeias diferentes, ruas e gentes iguais. Recorda-me, esta fotografia, Parada de Ester, não lhe parece?

Francisco Castelo Branco disse...

Fotografias de um Portugal rural....

E ainda bem que existe esse Portugal rural e tradicional

analima disse...

Foi neste mesmo ano (1979) que eu, na altura com 12 anos, tomei consciência da profundidade do abismo entre o litoral e o interior de Portugal. Apesar das minhas origens estarem na Beira Interior nunca essa questão me tinha sido apresentada de forma tão crua.Nesse Verão, a visita a familiares afastados levou-me à aldeia de Pinheiro Novo, no concelho de Vinhais. O carro dos meus pais, que dificilmente conseguiu entrar na aldeia, foi rodeado e perseguido pelas crianças que, apesar de não ser, com certeza, o primeiro carro que viam, agiram como se fosse. Os detritos acumulados nas ruas, a não existência de água canalizada, a não existência de electricidade, que me obrigou a ficar cheia de fome durante algumas horas, pois não era sequer uma hipótese comer alguma das coisas que os meus primos tiravam de uma arca de madeira, o mais aproximado que havia de um frigorífico; o afastamento da realidade existente fora do espaço da aldeia, que a conversa entre os adultos me deixava perceber; tudo isto me deixou uma impressão que permaneceu até hoje. Nunca mais voltei a Pinheiro Novo mas tenho a certeza que aquela realidade já não está presente em nenhuma das nossas aldeias o que deve deixar a todos com uma sensação de que, apesar de tantos erros cometidos, valeu a pena todo o esforço de combate às assimetrias entre esse interior e esse litoral que, mesmo assim, ainda estão afastados em áreas essenciais.

Sérgio Aires disse...

Fantástica! Conserve-se a memória, um património tantas vezes desbaratado.

Unknown disse...

meu nome e waldyr neto do SR.ANTONIOCARDOSO vindo de covas do douro tenho os documentos e se DEUS me ajudar ainda irei lá como queria meu avó e o levasse junto