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É seguramente um dos becos mais estreitos de Lisboa e do país. Em todo o caso, um dos mais estreitos que conheço. Com esta dimensão, uma largura que não dá sequer para duas pessoas passarem lado a lado, há mais um ou dois em Lisboa, mas vi vários na Casbah de Argel e nas aldeias à volta de Ghardaia, no M’Zab, no deserto do Sara. Nestas últimas, em certos casos, não se conseguia distinguir um caminho público, um beco, de um corredor no interior das casas e dos seus pátios. Era aliás esse o princípio: conservar a sombra e o fresco no Verão, um pouco mais de calor no Inverno, a defesa e a segurança sempre. O arquitecto e urbanista suíço, Le Corbusier, parece ter ficado encantado com essas aldeias e nelas procurou inspiração para alguns dos seus projectos. A nossa Alfama tem muito disso, com certeza. Há vinte ou trinta anos, ainda a falta de salubridade era um problema. Hoje, parece que essa questão está em vias de resolução. As próximas décadas o dirão. O turismo tem ajudado e colocado pressão nesse sentido. Pior é evidentemente a promiscuidade, a falta de intimidade ou de solidão…
1 comentário:
Corredores de sombra?
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