domingo, 27 de novembro de 2016

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

A Batalha, o tempo e o skate – O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, do gótico tardio, é um dos mais belos monumentos portugueses. As suas “Capelas imperfeitas”, que nem os homens nem o tempo terminaram, são considerados exemplos importantes do “Manuelino”. O mosteiro está hoje bem conservado, acolhedor e sempre a oferecer surpresas de pontos de vista e de novos segredos. É um dos mais visitados de todo o país. Aqui se vê o tempo que passou, na sua versão de escultor. A cor da pedra, as imperfeições e o desgaste do tempo aumentam a beleza do edifício e conferem-lhe peso da história. A pedra parece quase um ser vivo que envelhece, se escurece e suaviza. Na sua frente, outro paradoxo do tempo. Um jovem de skate parece levitar, certamente familiar com o sítio e o seu espírito, passa ao lado, desprevenido, sem dar sinais de estar comovido com uma das jóias da arquitectura monumental e religiosa portuguesa e europeia. Lá dentro, em repouso do tempo, para sempre, D. João I e Dona Filipa de Lencastre com seus filhos Fernando, Henrique, Duarte, Pedro, Isabel e João… A “Ínclita geração”, segundo Camões.

DN, 27 de Novembro de 2016

Sem emenda - O tempo…

O tempo, esse grande escultor… É um belo livro de ensaios de Marguerite Yourcenar. A autora alude ao tempo que constrói e modifica, que transforma os objectos e as obras de arte e que lhes dá nova vida depois de criados. Muito do seu pensamento é também metáfora. O tempo também constrói carácter e sentimentos. Também pode trazer sabedoria.

Mas não é esta a única maneira de olhar para o tempo e os seus efeitos. Outra ideia é a que faz da passagem do tempo a fonte da amnésia, que tudo faz esquecer e tudo torna relativo, sem importância. Pode haver sageza nesta concepção. Mas oportunista. Pode tratar-se de uma boa solução para evitar ansiedade e que nos ajuda a ver que há muitos problemas que não existem, que são só aparência e que se esfumam com uma breve e judiciosa espera. É um velho princípio: o que esquecemos não existe.

Há mais. Por exemplo, a convicção ou a esperança em que a passagem do tempo tudo arranja e tudo repara. Não faz esquecer, mas ajuda a consertar. O tempo esbate a precipitação, o tempo traz serenidade e sabedoria. O tempo permite pensar e agir com segurança. O tempo ajuda a sobreviver.

 Mas não é sempre bem assim. O adiamento é tantas vezes mortal! O que não se faz em seu tempo nunca se fará. Ou far-se-á nas piores condições. Ou faz-se mal… Os últimos anos foram férteis em situações de adiamento desaconselhado, mas inevitável. Os ajustamentos financeiros, por exemplo. Cinco anos antes, tudo teria sido mais fácil, mais eficaz e menos doloroso. Já hoje podíamos estar longe da austeridade dos últimos anos e da aspereza dos próximos. O tempo foi a arma dos covardes.

A Constituição é mais um caso exemplar. A sua revisão, à espera há anos, com tanta matéria que poderia ser examinada serenamente, acabará finalmente por se fazer um dia, ninguém sabe quando, sem a preparação suficiente, sem o tempo necessário ao estudo e ao debate. E possivelmente em más condições. As anteriores, embora atrasadas e sob intensa polémica, fizeram-se em tempo útil. A próxima, há muito uma necessidade, até já foi tentada, sem resultado. Quando chegar a vez, será seguramente tarde. Ou já teremos enveredado definitivamente por caminhos constitucionais que impedirão novas políticas. O tempo é a resposta dos fracos.

Os famosos processos judiciais, “les causes célèbres”, que alegadamente envolvem figuras conhecidas da política e da economia e têm a corrupção como actividade criminal, arrastam-se sem decoro, a ponto de se extinguirem, de os crimes prescreverem, de os ânimos arrefecerem e de as influências se exercerem com o intuito de alterar o curso da Justiça. Antigos governantes e deputados poderosos, antigos altos funcionários e antigos banqueiros e empresários esperam e receiam que Justiça seja feita. E quanto mais esperam, menos Justiça há. A Justiça precisa de tempo. Mas o tempo mata a Justiça.

A Caixa Geral de Depósitos é talvez o exemplo mais actual do modo como o tempo torna tudo mais difícil. Com o tempo, quase todos ficaram a perder. Quase todos ficaram a merecer epítetos e julgamentos severos, sempre adequados. Uns por imperícia. Outros por má fama e reputação. Outros ainda por incompetência. E outros finalmente por calculismo e interesse político. Quaisquer que tenham sido as promessas do governo, as exigências dos gestores, as garantias dadas e não cumpridas, as imposições dos partidos e as contradições entre diplomas legais, as conclusões parecem simples: os gestores têm de cumprir a lei, justa ou injusta; o governo tem de corrigir o que disse e fez; os gestores têm de cumprir ou ser substituídos. O que é certo é que quase toda a gente saiu mal. A Administração da Caixa fica ferida de reputação. O ministro e o secretário de Estado ficam feridos de palavra. O Parlamento fica maculado por incompetência e oportunismo. A sabedoria precisa de tempo. Mas o tempo destrói a sabedoria.

DN, 27 de Novembro de 2016

domingo, 20 de novembro de 2016

Sem emenda - O mundo que criámos

O mundo que nós fizemos é fonte inesgotável de amor e decência. De honra e bondade. De beleza e inteligência. Mas também é verdade que a sociedade que criámos, com similares contributos de todas as correntes políticas, exibe abundantes razões de infelicidade e desespero.

Substituímos a liberdade e os direitos individuais pelos direitos colectivos e sociais. Destruímos o “ethos” do trabalho, em troca da obsessão da competitividade. Habituámo-nos à desigualdade social e ao desemprego crónico. Não denunciamos o racismo dos outros pelo risco de sermos nós apelidados de racistas. Aceitamos a vigilância dos indivíduos pelo Estado. Cultivamos a transparência, mas destruímos a privacidade. Deixamos que a vida cultural obedeça às regras da publicidade e da propaganda.

Fomos brandos perante ideias nefastas. A noção de que a identidade nacional é fantasia reaccionária. A certeza de que a igualdade é fonte de liberdade. A crença que o sistema democrático gera sempre a liberdade. A convicção de que basta querer para que um pobre e um desempregado deixem de o ser. A certeza contrária: se um pobre e um desempregado são o que são, é por culpa da sociedade.

Criámos uma sociedade de direitos sem mérito, de garantias sem esforço e de privilégios sem valor. Dissemos a todos que podiam aspirar a tudo, à gratuitidade, à assistência, à estabilidade vitalícia, a toda a educação, cultura e ciência e criámos classes médias prontas para tudo, desde que o consumo seja ilimitado e o crédito infinito. Fomentámos a substituição da família pela escola. Demos à política o direito de tudo dominar, a economia, a cultura, a ciência e a moral.

Dissemos a muitos que podiam aspirar a tudo o que quisessem, que podiam ser imensamente ricos, que a imaginação, a força e o êxito eram os grandes critérios de triunfo, que a especulação era permitida e a ambição festejada! Fizemos ricos, bilionários e proprietários disformes capazes de tudo e convencidos de que podem enganar e esmagar quem contrarie tão ilustres seres. Desprezámos quem ganhou dinheiro, quem quis ganhar dinheiro e quem quis subir na vida. Não soubemos distinguir entre ganhar dinheiro de forma decente e honesta e acumular dinheiro de modo corrupto e desonesto.

Fizemos ou deixámos fazer um Estado monstruoso. Uma carga de impostos desmoralizadora. O despotismo do Estado democrático. A indiferença perante o endividamento. O favorecimento pelo Estado de negócios ilícitos, favoráveis aos amigos. A promiscuidade e a corrupção inevitáveis. A ideia de que o dinheiro não tem pátria, odor ou origem. A transformação do partido político em casta de sacerdotes da democracia. A tolerância perante a corrupção, a mentira e a promiscuidade.

A substituição de valores de identidade nacional por abstracções internacionais. A intolerância perante os diferentes, os outros e os que não pensam como nós. O mau convívio com as religiões. A ficção democrática da União Europeia e o embuste do défice democrático e dos falsos remédios para o curar. A dependência da Europa parasita dos Estados Unidos em tudo o que respeita à defesa.

Em nome da competitividade, deixámos destruir empregos estáveis e decentes e aproveitámos as piores condições de trabalho e de vida dos países pobres e das ditaduras. Queixamo-nos da globalização, que gostaríamos de travar, lamentando os desempregados europeus, sem preocupação pelas centenas de milhões de asiáticos que devem à globalização a sua sobrevivência e que deixaram de morrer de fome.

Populistas, nacionalistas, reaccionários, comunistas e revolucionários: criámos os espectros que nos ameaçam. Ou deixámos criar.
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DN, 20 de Novembro de 2016



Sem Emenda - As Minhas Fotografias


Varandas de apartamentos na Zona G de Chelas, Lisboa – Estas construções, de iniciativa pública, têm trinta ou quarenta anos. Resultam de modas e reflexões dos anos sessenta. Esta Zona tem uma designação menos interessante do que a do Pica-pau ou da Pantera Cor-de-rosa! E não teve, como a Zona J, honras de ficção e filme. Toda esta área foi objecto de planeamento intenso. Vivíamos então os momentos altos das grandes migrações. Todos os dias chegavam a Lisboa populações da província. Era necessário encontrar alojamento para milhares de pessoas vindas de África (e ainda regressados ou retornados), tal como era urgente destruir barracas e reordenar clandestinos. Estes bairros foram “experimentais”, no sentido que se tentava concretizar teorias inovadoras sobre a organização social da vida urbana, o convívio, a privacidade, a relação entre residência e trabalho e a luz. Nem tudo resultou muito bem. Pelo que se vê hoje, as teorias não deram muitos frutos e é difícil imaginar que aquele urbanismo e aquela arquitectura tenham constituído exemplos a seguir… DN, 20 de Novembro de 2016

domingo, 13 de novembro de 2016

Sem Emenda - As Minhas Fotografias


Sala de leitura da Biblioteca Pública de Boston – Também se poderia dizer “A tramp in a Library”. Mas é melhor evitar alusões e mal entendidos! A imagem pode resumir muito. Não creio que haja muitos países no mundo onde eu pudesse fazer esta fotografia, encontrar um mendigo (será um Sem abrigo ou Homeless, um Vagabundo ou Bum…) numa biblioteca pública, a escolher os seus livros para ler, a seleccionar os vídeos para ver e os CDs para ouvir. Lá fora, na rua, era Inverno e fazia frio a valer: vários graus negativos. As ruas estavam cobertas de neve. Dentro desta Biblioteca Pública, as grandes salas de leitura do rés-do-chão estão abertas a toda a gente. Nos andares superiores, há instalações para investigadores, universitários e leitores de documentos especiais. Mas aqui, a abertura total é surpreendente e atraente. Crianças e famílias, jovens e velhos, mendigos e artistas. Os livros das estantes são para serem retirados directamente, sem requisição nem funcionários de permeio. O silêncio é total. O respeito pelos outros é a regra. Dá prazer ler e estudar!

DN, 13 de Novembro de 2016

Sem emenda - Lições da América

Há uma espécie de concurso entre as elites europeias e americanas de esquerda: quem insulta mais Donald Trump? Quem consegue escolher os epítetos mais violentos? Racista, boçal, cretino, sexista, corrupto, inculto e xenófobo estão entre os mais utilizados. Isto para além das classificações brandas de fascista e populista.

No entanto, o problema não é o de qualificar Trump, nem de sublinhar a sua incultura e a sua falta de sofisticação. O problema consiste em saber por que razão foi eleito. Contra a opinião sondada e publicada, este senhor foi escolhido por 60 milhões de americanos que, creio, não são todos racistas, machistas, bandidos, milionários, fascistas e corruptos. E se fossem, a questão era ainda mais difícil: como é possível que houvesse tantos assim?

O problema não é o de classificar os defeitos de Trump e seus apoiantes, nem de mostrar como são violentos, intolerantes, xenófobos e déspotas. O problema é o de saber por que razões perderam os virtuosos, os democratas, os liberais, os intelectuais, os jornalistas e os artistas. O problema é o de saber por que razão os pobres, os desempregados e os marginalizados não votaram em quem deveriam votar, isto é, em quem pensa que a solidariedade, a segurança social, o emprego e a igualdade são exclusivos dos democratas e das esquerdas.


As esquerdas em geral, incluindo artistas, intelectuais, jornalistas, liberais americanos e progressistas europeus, não suportam não ter percebido nem ter previsto o que aconteceu. Como não admitem que são, tantas vezes, responsáveis pelas derivas políticas dos seus países.

Já correm pelo mundo explicações fabulosas sobre estas eleições. As mais hilariantes são duas. Uma diz que, além dos machistas e dos racistas, votaram em Trump os analfabetos, os desesperados, os marginalizados pelo progresso, os desempregados e os supersticiosos. A outra diz que o fiasco das sondagens, dos estudos de opinião e dos jornalistas se deve ao facto de os reaccionários terem vergonha de dizer em quem votariam! Por outras palavras: quem não presta votou em Trump; e quem votou em Trump enganou-nos!

Tal como os democratas em geral, as esquerdas atribuem sempre as culpas das suas derrotas aos defeitos dos outros, da extrema-direita, dos ricos, dos padres, dos fascistas, dos proprietários, dos patrões, dos corruptos e agora dos populistas. Não pensam que os culpados são ou também são eles, os democratas, ou elas próprias, as esquerdas. Raramente se dão conta de uma verdade velha, com dezenas de anos, mas sempre esquecida: as democracias não caem por serem atacadas, não são derrubadas pelos seus inimigos, caem por sua própria responsabilidade, porque enfraquecem, porque se dividem, porque perdem tempo e energias com quezílias idiotas e porque deixam que o sistema político perca de vista as populações. Também, finalmente, porque acreditam nas suas virtudes, porque confiam na sua racionalidade e porque consideram que têm o exclusivo da bondade e da compaixão.

As esquerdas (nas suas versões americana e europeia) apresentam-se cada vez mais como uma soma de sindicatos e de clientelas: mulheres, negros, operários da indústria, desempregados, pensionistas, homossexuais, artistas, intelectuais, imigrantes, Latinos ou Muçulmanos. Todas as minorias imagináveis, incluindo as mulheres que o não são. Às vezes, resulta. Mas acaba sempre por não resultar. As esquerdas abandonaram as ideias e os direitos universais dos cidadãos e valorizam as suas circunstâncias étnicas, sociais ou sexuais. Como também abandonaram a capacidade de pensar a identidade nacional, entidade ainda hoje vigorosa e reduto de referências pessoais e culturais.

Acima de tudo, a arrogância e a superioridade moral, cultural e política das esquerdas têm destes resultados: afastam-nas do povo e favorecem os inimigos da democracia.

DN, 13 de Novembro de 2016

domingo, 6 de novembro de 2016

Sem emenda - Os votos e os euros


Os governos “ganham” sempre os debates orçamentais. Assim fez o PS. Revelou compaixão e vontade de distribuição de rendimentos. Não soube mostrar investimento ou crescimento, mas não era esse o objectivo. O governo conseguiu disfarçar a sua excessiva dependência do Bloco e do PCP. Saiu airosamente do debate. O PCP e o Bloco exibiram a sua enorme influência sobre o governo. O PSD e o CDS não acertaram no modo, nem no estilo. Não argumentaram e não conseguiram mostrar o que querem.

Era tema adequado para uma discussão séria. Havia diferenças bastantes para que os afrontamentos, sem deixar de ser enérgicos, fossem civilizados e intelectualmente estimulantes. Mas foi como se não houvesse matéria. Os protagonistas entregaram-se voluptuosamente ao berreiro habitual, com a nova agressividade que passa por pensamento político elevado. Inventaram, mentiram, acusaram, denunciaram e prometeram com igual exuberância e sem hesitação! Falaram para os crentes e os crentes aplaudiram. Acreditam em António Costa os que acreditam em António Costa. Acreditam em Passos Coelho os que acreditam em Passos Coelho.

Houve meios e alguma habilidade para fazer um orçamento que aguente a aliança e dê um pouco de conforto a quem mais precisa: pensionistas, doentes, idosos, crianças e desempregados. Mas toda a gente sabe que esta ginástica não pode ser repetida muitas vezes. Vai ser preciso mais dinheiro. Vai ser necessário investimento. É indispensável o crescimento.

É o problema do presente. Quem quer governar tem de arranjar prosperidade, o que quer dizer rendimento, o que significa emprego, o que implica investimento. Para haver investimento, tem de se procurar quem tem capital. Os privados ou o Estado. Dentro do país ou no estrangeiro. Com meios próprios ou fiado.

Ora, por cá, as coisas estão mal. Falido, o Estado vive do crédito, paga milhares de milhões de juros, aumenta os impostos a pagar por uma população fiscalmente exaurida. Crédito há cada vez menos, cá dentro nenhum, lá fora ainda algum cada vez mais caro. Dinheiro português quase não há, acabaram-se praticamente os capitalistas portugueses, a poupança segue o mesmo caminho. Mais impostos parecem impossíveis. Dinheiros públicos, só os da União Europeia, apesar de tudo insuficientes, mas que se destinam a infra-estruturas, pouco à economia produtiva e muito pouco à competitividade. A conclusão é simples: ou dinheiro privado internacional ou nada!
O problema é que o dinheiro privado internacional põe condições, incluindo políticas. Exige vantagens e benefícios. E requer condições gerais favoráveis à actividade económica privada.

Apesar de acreditar mais no investimento público, o PS gosta tradicionalmente de investidores privados. A maior parte das vezes para poder criar emprego, desenvolver a economia e manter-se no poder. Os seus aliados, PCP e Bloco, detestam o investimento privado, a não ser que seja pequeno e obediente. Abominam o investimento externo, qualquer que seja.

O governo procura o que lhe falta: euros e votos. A aliança dá-lhe os votos, mas gasta-lhe os euros. O governo sabe que, se conseguir euros, acabará por ter votos. Mas também sabe que se conseguir muitos euros, os seus aliados tiram-lhe os votos. Os euros podem produzir votos, mas os votos não produzem euros.

As fantasias das nomeações para a CGD deixam qualquer pessoa perplexa. Uma trapalhada que só governos inexperientes eram capazes de organizar. Mas conseguiram. Ao mesmo tempo, por acaso ou por deliberação, aprende-se mais uma vez que a CGD fez favores e se entregou a negócios ruinosos de licitude duvidosa. Mais casos para ilustrar a promiscuidade entre público e privado. Mas ficámos a saber que aqui não há inocentes: público e privado; capitalistas e políticos. Se, ao menos, houvesse Justiça!

Pior é que, sem banca à altura, pública e privada, a economia não vai conseguir. O país também não.
DN, 6 de Novembro de 2016