Trabalhos na Lisnave
da Margueira, Almada – Estes estaleiros já terminaram a sua vida útil. Em
2000, a Lisnave transferiu-se para a Mitrena, em Setúbal, na antiga Setenave. A
inauguração destes estaleiros, entre os mais famosos do mundo, ocorrera em
1967. Com o canal do Suez encerrado (por causa da guerra no Próximo Oriente),
desenvolveu-se a Rota do Cabo (volta à África, passando pelo Cabo da Boa
Esperança). Os super-petroleiros eram cada vez maiores, atingiam facilmente as 400.000
toneladas e a Lisnave da Margueira estava já preparada para um milhão de
toneladas. A Lisnave empregava mais de 8.000 trabalhadores, alguns dos mais
qualificados do país. A evolução internacional, a concorrência asiática e mesmo
europeia, o recomeço da via do Suez e os acidentes ecológicos que levaram a
diminuir a dimensão dos petroleiros tiveram efeitos negativos na empresa.
Depois, a revolução, a perda de Angola e as nacionalizações agravaram ainda
mais a situação do sector e da empresa que era a jóia da nova economia. A
Lisnave quase desapareceu. Após anos de enormes dificuldades, deslocou-se para
Setúbal, ressuscitou e parece de boa saúde. A Margueira ficou à espera.
DN, 16 de Outubro de 2016
1 comentário:
E é bem triste olhar aquele estaleiro, a ferrugem a tomar conta do que ficou. Origem de canções que não esquecemos, a Lisnave deu emprego a muita gente. E hoje é cadáver.
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