Haïk, o véu argelino
– Muito se tem falado dos niqab, das burkhas, do hidjab, do jilbab da
shayla e dos chadors. E pouco de outros véus, não necessariamente melhores ou mais
bonitos, seguramente não mais libertadores! Nesta fotografia dos anos setenta,
feita numa rua de Argel, diante dos armazéns Bon Marché, vêem-se estes Haïk ou
Hayek, cujo manto envolve o corpo, mas que parecem mais “soltos” no rosto, onde
apenas um pequeno véu esconde a cara mas deixa movimentos livres para comer e
beber. Dizem os homens argelinos que o Haïk é genuíno, nacional, terá servido
como resistência contra os Árabes, quando estes, depois dos Romanos e dos
Otomanos, invadiram o Maghreb no século VII, assim como contra os Franceses,
quando estes colonizaram no século XIX. Também serviu, nos anos sessenta do
século XX, para disfarçar guerrilheiros que levavam bombas debaixo dos panos!
Hoje, há mesmo quem diga que este véu deve resistir aos véus iranianos,
sauditas e afegãos… Sempre contra as mulheres, claro! Mesmo com essa risível
desculpa de que liberta as mulheres dos olhares concupiscentes dos homens e
mantém-lhes a decência e o pudor…
DN, 23 de Setembro de 2016
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