Aqueduto dos Pegões
Altos, Tomar – Tem mais de 400 anos este formidável aqueduto, no vale dos
Pegões, perto de Tomar, com cerca de 6 quilómetros de extensão. São ao todo 180
arcos de volta perfeita, havendo por vezes duas séries de arcos sobrepostos. Alguns
estão a mais de 30 metros do solo. Teve como principal missão a de levar água para
o Convento de Cristo. É monumento nacional desde 1910. Quase desde sempre, anda
descurado. À primeira vista, os arcos parecem sólidos e bem conservados, mas é
ilusão. O aqueduto precisa de atenção! Há pilares em sério risco de colapso.
Como parece ser uma sina, as “casas de água”, nas extremas, com pias e tanques
de decantação, estão vandalizadas e entregues a uns imbecis que gostam de
deixar as suas mensagens amorosas, pornográficas ou futebolísticas inscritas
nas paredes… O aqueduto foi mandado construir por Felipe II (1º de Portugal),
prova de que nem tudo o que vem de Espanha é mau! As obras começaram em 1593 e
acabaram em 1619, ano em que a água fresca chegou finalmente ao dormitório dos
monges do convento. Antes disso, pelo caminho e até lá chegar, regou as hortas,
serviu o fontenário e as cozinhas e deu de beber a humanos e animais.
DN, 14 de Maio de 2017
1 comentário:
Para a idade que tem até está muito bem conservado, considerando as vicissitudes por que passou e presenciou ao longo desses séculos.
Este aqueduto nasceu em maré de grande exaltação cristã, a Contra-Reforma, e da afirmação do poder castelhano em toda a península ibérica. Os conventos que não tinham água passaram a tê-la.
Trata-se de um documento histórico de interesse nacional, pelo que deve ser conservado. Espera-se da população e autoridades locais uma vigilância constante.
Já agora, uma pequena correção: os arcos superiores são de volta inteira (ou romano); os inferiores são em ogiva perfeita.
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