Há cinquenta anos, em
Champigny, Paris – Este fim-de-semana, há festa portuguesa em Paris. Com
Presidente da República, Primeiro-Ministro e tudo. Muitos dos que por lá
andarão devem lembrar-se de como era há quase cinquenta anos. Era assim, Champigny,
um dos mais inóspitos arredores de Paris. Um dos bairros de lata mais
miseráveis da Europa! Só de pensar que se fugia de Portugal, a “salto”,
correndo todos os riscos do mundo, para ir viver num lugar destes! De Verão, o
sol e o calor escondiam muitos males. De Inverno, com chuva, frio e neve, era
este lamaçal. Mas havia trabalho e emprego. Oportunidades. Esperança. E
liberdade para procurar melhor. Na Europa, sítios destes terão acabado. Ou
quase. Mas imigrantes ainda existem. Cada vez mais, mesmo. Só que agora vêem de
mais longe, têm outra cor de pele, rezam a outros deuses, falam línguas mais
distantes. Muitos deles vêm de países destruídos pela guerra civil e com uma
obsessão: a de que a Europa lhes dê emprego e paz. E um refúgio.
DN, 12 de Junho de
2016
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