Está de novo a criar-se um
ambiente mitológico de branqueamento dos comunistas. A fazer lembrar os anos 1950:
eram, ao mesmo tempo, os heróis e as vítimas. Os únicos heróis e as principais
vítimas.
Hoje, ser adversário dos comunistas,
não desejar os comunistas no poder e lutar contra eles é mau, é primário e é
reaccionário… Pelo contrário, ser adversário dos fascistas e da direita em
geral é bom, é honroso, é democrata e é progressista…
Não querer os comunistas no
governo, nem sozinhos, nem acompanhados, é preconceito, é considerar que há
partidos de segunda e é censura… Ao invés, não querer fascistas nem a direita no
governo é patriótico.
Detestar os capitalistas, a
direita, os social-democratas e a mesmo alguns socialistas é honroso e
patriótico. Detestar os comunistas é pior do que racismo.
Colocar no mesmo pé comunistas, fascistas
e nazis, atitude justa e de bom senso, é considerado primário e grosseiro.
Os comunistas portugueses,
últimos abencerragens de obscura utopia, derradeiros exemplares de raça quase
extinta, estão aí, para preocupação maior, a exibir o nosso atávico atraso
perante o mundo, a economia, a sociedade, a liberdade e a cultura! Chegámos
atrasados a quase tudo, até à liberdade. E ainda tivemos de sofrer a ultima
revolução comunista, felizmente abortada. Tivemos a última revolução industrial
na Europa, o último fascismo, o último colonialismo, a última descolonização, a
última revolução socialista e agora os últimos comunistas.
O mais curioso é que os
comunistas conseguiram convencer grande número dos seus adversários, a começar
pelos seus mais abominados rivais, os socialistas, a serem complacentes e a
pensar como eles. São estes os responsáveis pelo resgate moral e político dos
comunistas.
Os comunistas fazem tudo o que se
lhes permite, permitem tudo o que se lhes faz. Dizia De Gaulle. Só conhecem uma
regra, a da relação de forças. E uma lei: a do mais forte!
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DN, 7 de Fevereiro de 2016
1 comentário:
"Colocar no mesmo pé comunistas, fascistas e nazis, atitude justa e de bom senso, é considerado primário e grosseiro."
Não sei se é primário e grosseiro mas sei que não são a mesma coisa. Logo, nada de colocar no mesmo pé o que é de pés diferentes;
Este texto parece-me um bocado reaccionário. Quem sabe estarei cavalgando a onda comunista sem dar por isso.
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