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A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO é certamente um dos temas mais discutidos na vida pública nacional. Toda a gente (vários milhões de pessoas) tem um qualquer interesse na educação: pais, professores, jovens, empregadores, autarcas, trabalhadores e políticos. Estes últimos, em particular, pronunciam-se sempre que podem, dado que este tema é propício a declarações de eterno optimismo, de vigorosa determinação e de romantismo seguro. Ainda por cima, a educação (ou a falta dela) é quase sempre a “ultima ratio” que explica tudo, os falhanços, as incapacidades ou a ignorância. Perante um problema difícil, como a baixa produtividade, as taxas de abstenção eleitoral, a criminalidade, o desemprego, a corrupção, os desastres de viação ou a fuga ao fisco, um político, um analista ou um comentador, já para não dizer toda a gente, não deixa de concluir o seu raciocínio com uma frase parecida com esta: “O problema essencial é o da educação”. Também se pode substituir “problema” por “solução”. Uma variante afirma que “o mais importante é mudar as mentalidades. E isso começa na educação”. O problema é que estas declarações nada ajudam a resolver. Quando a última explicação ou a principal solução residem na educação, podemos concluir, sem margem de erro, que quem assim se exprime ou não percebe o que se passa ou não sabe o que fazer.
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A análise das políticas de educação, tal como se encontram expressas nos programas dos governos e dos partidos, é um exercício frustrante. Com excepção de alguns aspectos mais extremistas ou radicais dos pequenos partidos, as políticas parecem-se umas com as outras. Além de que, em cada uma, está sempre tudo: a quantidade e a qualidade; o público e o privado; a autoridade e a democracia; o rigor e a facilidade; a severidade e a complacência; a autonomia e o dirigismo. Os partidos querem tudo, não querem deixar nada, nem ninguém, de fora. Apesar disso, a tentativa de análise é recompensada. Com efeito, percebe-se que, na verdade, se regista uma estranha continuidade de políticas desde os finais dos anos sessenta até hoje, A que não faltam objectivos centrais: o aumento da despesa pública, o alargamento do sistema, a expansão do número de professores e estudantes abrangidos e a ampliação da rede escolar. As diferenças e a evolução, que as houve, foram de pormenor, de instrumentos, de meios e de circunstância. Por isso todos dizem hoje que se deu excessiva importância à quantidade, em detrimento da qualidade. Apesar da unanimidade, não se retiram daí as lições adequadas.
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Uma política é feita de princípios, objectivos, estratégia, organização e meios. A estes itens, importa acrescentar as condições políticas gerais, muitas vezes decisivas. Se olharmos bem, quase todos os partidos e governos coincidem, desde o fim da década de sessenta, nos princípios, na estratégia e nos objectivos. As principais diferenças são de meios, de instrumentos de acção, de medidas concretas de circunstância e mil outros pormenores. Estes factos explicam o paradoxo educativo português: mau grado a mudança permanente e apesar das sucessivas reformas, existe uma continuidade em tudo o que é essencial. É constante a mudança no acessório, o que desorienta a população estudantil, os pais e o corpo docente, mas o essencial fica imutável. Os grandes problemas (como a discriminação social implícita, a mediocridade de resultados, a falta de qualificação e o insucesso) são recorrentes e agravam-se. A preparação cultural e a formação profissional dos portugueses não melhoraram na proporção dos esforços feitos nesse sentido durante trinta ou quarenta anos. Assim é que os progressos quantitativos foram enormes, mas os progressos do conhecimento e do saber foram diminutos e medíocres, a ponto de Portugal ficar sempre muito mal colocado em todas as comparações internacionais.
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Estas comparações, de grande utilidade, oferecem aliás muita matéria para reflexão. Sabe-se, por exemplo, que em Portugal: a) O número de professores é elevado. b) O número de alunos por professor é dos melhores do mundo. c) Os vencimentos dos professores, em proporção do produto nacional, são dos mais altos. d) A despesa pública com a educação é das mais elevadas. Ao mesmo tempo, estas comparações atribuem a Portugal uma posição medíocre, das piores do mundo, relativamente ao insucesso, o abandono escolar precoce, a formação profissional, o conhecimento em várias disciplinas (português, física, química e matemática) e o êxito pedagógico em geral.
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É possível concluir (ou, pelo menos, formular uma hipótese): em Portugal, não existe um problema de insuficiência de meios financeiros, de recursos humanos, de equipamento e de instalações. Mas existem problemas de organização e de orientação. Um deles é a estabilidade política: 26 ministros e perto de cem secretários de Estado em 34 anos! Como se isso não bastasse, tem havido, ao longo dos anos, mudanças bruscas de acção (leis, medidas, meios e organização) dentro do mesmo governo ou do mesmo partido. Outro problema é o da politização excessiva da educação. Quase todos os governos e partidos fizeram da educação um terreno de combate político e eleitoral de primeira escolha, o que tem causado graves danos. Os governos interferem na escola, querem que os seus resultados sejam argumentos eleitorais, oferecem fundos e facilidades, distribuem equipamentos e desdobram-se em visitas às escolas, na esperança de ver a sua acção assim sufragada. A demagogia política, própria da democracia de massas, encontrou na escola um terreno ideal e favorável: é fácil demonstrar, diante de crianças, a generosidade dos políticos.
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Uma observação do sistema educativo português e da sua evolução durante as últimas décadas permite pensar que, se os resultados qualitativos são tão medíocres, algo deve estar errado no essencial, naqueles aspectos que são evitados pelos partidos e pelos governos. Nesse plano, algumas ideias e concepções, recorrentes há décadas, deveriam ser postas em causa e discutidas. Por exemplo, a escola como sujeito da “formação integral do indivíduo”, tema simultaneamente laico e cristão, tradicionalista e republicano. Este modelo retira responsabilidades à família e afasta-a da escola, o que, nos tempos modernos, parece ser aceite geralmente, mas que na verdade cria um défice grave na formação dos alunos. Do mesmo modo, as concepções lúdicas da educação, com menosprezo pelo trabalho e pelo esforço, tanto individuais como colectivo, conduzem a escola a uma espécie de recreio permanente. Ensinar, aprender e estudar exigem trabalho, sacrifício e dedicação, não deveriam ser imaginados como se de um prazer se tratasse.
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Também é nefasta a ideia de que o sistema educativo deve ser centralizado, unificado e integrado, sob a ordem superior, permanente e directa do ministério. Não só desaparecem as responsabilidades da escola e o empenho dos docentes, como são destruídos os laços que deveriam ligar a escola às comunidades. Vigora em Portugal a concepção “esclarecida” da comunidade educativa, limitando esta aos professores e aos estudantes, com exclusão dos pais, dos autarcas e dos cidadãos em geral. Esta escola é uma intrusa nas comunidades, um corpo estranho. Os pais e os autarcas consideram a escola como um fardo, uma ocupação dos jovens e uma guarda dos filhos, não lhe dão o seu melhor e nela não assumem responsabilidades. Esta escola, apesar da demagogia partidária e governamental, nada tem de autónomo, a não ser em algumas competências menores. Este é o modelo dirigista predominante em Portugal, vigente no Estado Novo e na democracia, com partidos de direita ou de esquerda no governo. Nunca os partidos e os governos, muito menos o Parlamento, estranhamente ignorante e absentista, ousaram pôr em causa o modelo e debater honestamente outras vias e alternativas.
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Este modelo de escola é coerente com outra característica permanente do sistema educativo português: a sua opacidade e a sua impermeabilidade às influências externas, da sociedade em geral, dos cientistas, das universidades, das empresas, dos artistas e dos profissionais. Sabe-se hoje, por exemplo, que há graves defeitos de conteúdo, de ordenamento, de progressão e de método em várias disciplinas. Sabe-se que os manuais são em geral de má qualidade. Sabe-se que os programas pecam por excesso de matéria e de dificuldade. Como se sabe que muitos programas e manuais são dominados por concepções políticas e pelas modas. Perante esta situação, seria de aconselhar que pessoas qualificadas e independentes se debruçassem sobre os programas. Ora, o ministério (os governos e os partidos) recusa tal hipótese e repousa nas capacidades de criação e avaliação do próprio ministério e dos profissionais dependentes que formam as estruturas de decisão dentro daquele departamento governamental.
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A instabilidade do corpo docente é outra causa de dificuldades pedagógicas e de mau funcionamento das escolas. Aquela tem como origem fundamental o facto de o recrutamento e a selecção dos professores não dependerem das escolas, nem das comunidades, mas do ministério, o que é coerente com o modelo “esclarecido”. Os docentes “pertencem” ao ministério, não às escolas. Apesar de alguma melhoria recente (três anos de contrato), a verdade é que a ligação dos professores à sua escola e à sua comunidade é frouxa, ténue e efémera. Só tarde na vida e na carreira de um professor é que essa ligação pode assumir uma dignidade mais sólida.
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Em conclusão: estes são apenas alguns aspectos essenciais para formulação de uma política de educação. São temas a que escapa a maioria dos debates contemporâneos, pois a ortodoxia partidária e governamental tem obtido uma curiosa unanimidade. Ou, pelo menos, um consenso alargado. O fiasco evidente das políticas de educação seguidas há quarenta anos em Portugal não se fica a dever a erros intrínsecos das políticas de educação, mas sim às condições políticas gerais, assim como, sobretudo, à unanimidade das opiniões e dos programas relativamente à ordem estabelecida e ao modelo educativo consagrado. Há, sobre a educação em Portugal, toneladas de papel publicado, milhares de opiniões conhecidas. Mas há pouco trabalho independente de análise. Discute-se muito a educação, mas o debate está limitado ao acessório. O sistema de ensino, tal como ele é, e o modelo de escola vigente e predominante parecem tabus que condicionam as políticas de educação. Enquanto formos assim reféns, será difícil realizar um debate aberto e livre, sem constrangimentos. O que quer dizer que será difícil definir políticas de educação mais ajustadas às necessidades do país e dos seus cidadãos.
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"O Economista", Anuário da Economia Portuguesa, Edição da Ordem dos Economistas, Dezembro de 2008
A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO é certamente um dos temas mais discutidos na vida pública nacional. Toda a gente (vários milhões de pessoas) tem um qualquer interesse na educação: pais, professores, jovens, empregadores, autarcas, trabalhadores e políticos. Estes últimos, em particular, pronunciam-se sempre que podem, dado que este tema é propício a declarações de eterno optimismo, de vigorosa determinação e de romantismo seguro. Ainda por cima, a educação (ou a falta dela) é quase sempre a “ultima ratio” que explica tudo, os falhanços, as incapacidades ou a ignorância. Perante um problema difícil, como a baixa produtividade, as taxas de abstenção eleitoral, a criminalidade, o desemprego, a corrupção, os desastres de viação ou a fuga ao fisco, um político, um analista ou um comentador, já para não dizer toda a gente, não deixa de concluir o seu raciocínio com uma frase parecida com esta: “O problema essencial é o da educação”. Também se pode substituir “problema” por “solução”. Uma variante afirma que “o mais importante é mudar as mentalidades. E isso começa na educação”. O problema é que estas declarações nada ajudam a resolver. Quando a última explicação ou a principal solução residem na educação, podemos concluir, sem margem de erro, que quem assim se exprime ou não percebe o que se passa ou não sabe o que fazer.
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A análise das políticas de educação, tal como se encontram expressas nos programas dos governos e dos partidos, é um exercício frustrante. Com excepção de alguns aspectos mais extremistas ou radicais dos pequenos partidos, as políticas parecem-se umas com as outras. Além de que, em cada uma, está sempre tudo: a quantidade e a qualidade; o público e o privado; a autoridade e a democracia; o rigor e a facilidade; a severidade e a complacência; a autonomia e o dirigismo. Os partidos querem tudo, não querem deixar nada, nem ninguém, de fora. Apesar disso, a tentativa de análise é recompensada. Com efeito, percebe-se que, na verdade, se regista uma estranha continuidade de políticas desde os finais dos anos sessenta até hoje, A que não faltam objectivos centrais: o aumento da despesa pública, o alargamento do sistema, a expansão do número de professores e estudantes abrangidos e a ampliação da rede escolar. As diferenças e a evolução, que as houve, foram de pormenor, de instrumentos, de meios e de circunstância. Por isso todos dizem hoje que se deu excessiva importância à quantidade, em detrimento da qualidade. Apesar da unanimidade, não se retiram daí as lições adequadas.
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Uma política é feita de princípios, objectivos, estratégia, organização e meios. A estes itens, importa acrescentar as condições políticas gerais, muitas vezes decisivas. Se olharmos bem, quase todos os partidos e governos coincidem, desde o fim da década de sessenta, nos princípios, na estratégia e nos objectivos. As principais diferenças são de meios, de instrumentos de acção, de medidas concretas de circunstância e mil outros pormenores. Estes factos explicam o paradoxo educativo português: mau grado a mudança permanente e apesar das sucessivas reformas, existe uma continuidade em tudo o que é essencial. É constante a mudança no acessório, o que desorienta a população estudantil, os pais e o corpo docente, mas o essencial fica imutável. Os grandes problemas (como a discriminação social implícita, a mediocridade de resultados, a falta de qualificação e o insucesso) são recorrentes e agravam-se. A preparação cultural e a formação profissional dos portugueses não melhoraram na proporção dos esforços feitos nesse sentido durante trinta ou quarenta anos. Assim é que os progressos quantitativos foram enormes, mas os progressos do conhecimento e do saber foram diminutos e medíocres, a ponto de Portugal ficar sempre muito mal colocado em todas as comparações internacionais.
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Estas comparações, de grande utilidade, oferecem aliás muita matéria para reflexão. Sabe-se, por exemplo, que em Portugal: a) O número de professores é elevado. b) O número de alunos por professor é dos melhores do mundo. c) Os vencimentos dos professores, em proporção do produto nacional, são dos mais altos. d) A despesa pública com a educação é das mais elevadas. Ao mesmo tempo, estas comparações atribuem a Portugal uma posição medíocre, das piores do mundo, relativamente ao insucesso, o abandono escolar precoce, a formação profissional, o conhecimento em várias disciplinas (português, física, química e matemática) e o êxito pedagógico em geral.
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É possível concluir (ou, pelo menos, formular uma hipótese): em Portugal, não existe um problema de insuficiência de meios financeiros, de recursos humanos, de equipamento e de instalações. Mas existem problemas de organização e de orientação. Um deles é a estabilidade política: 26 ministros e perto de cem secretários de Estado em 34 anos! Como se isso não bastasse, tem havido, ao longo dos anos, mudanças bruscas de acção (leis, medidas, meios e organização) dentro do mesmo governo ou do mesmo partido. Outro problema é o da politização excessiva da educação. Quase todos os governos e partidos fizeram da educação um terreno de combate político e eleitoral de primeira escolha, o que tem causado graves danos. Os governos interferem na escola, querem que os seus resultados sejam argumentos eleitorais, oferecem fundos e facilidades, distribuem equipamentos e desdobram-se em visitas às escolas, na esperança de ver a sua acção assim sufragada. A demagogia política, própria da democracia de massas, encontrou na escola um terreno ideal e favorável: é fácil demonstrar, diante de crianças, a generosidade dos políticos.
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Uma observação do sistema educativo português e da sua evolução durante as últimas décadas permite pensar que, se os resultados qualitativos são tão medíocres, algo deve estar errado no essencial, naqueles aspectos que são evitados pelos partidos e pelos governos. Nesse plano, algumas ideias e concepções, recorrentes há décadas, deveriam ser postas em causa e discutidas. Por exemplo, a escola como sujeito da “formação integral do indivíduo”, tema simultaneamente laico e cristão, tradicionalista e republicano. Este modelo retira responsabilidades à família e afasta-a da escola, o que, nos tempos modernos, parece ser aceite geralmente, mas que na verdade cria um défice grave na formação dos alunos. Do mesmo modo, as concepções lúdicas da educação, com menosprezo pelo trabalho e pelo esforço, tanto individuais como colectivo, conduzem a escola a uma espécie de recreio permanente. Ensinar, aprender e estudar exigem trabalho, sacrifício e dedicação, não deveriam ser imaginados como se de um prazer se tratasse.
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Também é nefasta a ideia de que o sistema educativo deve ser centralizado, unificado e integrado, sob a ordem superior, permanente e directa do ministério. Não só desaparecem as responsabilidades da escola e o empenho dos docentes, como são destruídos os laços que deveriam ligar a escola às comunidades. Vigora em Portugal a concepção “esclarecida” da comunidade educativa, limitando esta aos professores e aos estudantes, com exclusão dos pais, dos autarcas e dos cidadãos em geral. Esta escola é uma intrusa nas comunidades, um corpo estranho. Os pais e os autarcas consideram a escola como um fardo, uma ocupação dos jovens e uma guarda dos filhos, não lhe dão o seu melhor e nela não assumem responsabilidades. Esta escola, apesar da demagogia partidária e governamental, nada tem de autónomo, a não ser em algumas competências menores. Este é o modelo dirigista predominante em Portugal, vigente no Estado Novo e na democracia, com partidos de direita ou de esquerda no governo. Nunca os partidos e os governos, muito menos o Parlamento, estranhamente ignorante e absentista, ousaram pôr em causa o modelo e debater honestamente outras vias e alternativas.
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Este modelo de escola é coerente com outra característica permanente do sistema educativo português: a sua opacidade e a sua impermeabilidade às influências externas, da sociedade em geral, dos cientistas, das universidades, das empresas, dos artistas e dos profissionais. Sabe-se hoje, por exemplo, que há graves defeitos de conteúdo, de ordenamento, de progressão e de método em várias disciplinas. Sabe-se que os manuais são em geral de má qualidade. Sabe-se que os programas pecam por excesso de matéria e de dificuldade. Como se sabe que muitos programas e manuais são dominados por concepções políticas e pelas modas. Perante esta situação, seria de aconselhar que pessoas qualificadas e independentes se debruçassem sobre os programas. Ora, o ministério (os governos e os partidos) recusa tal hipótese e repousa nas capacidades de criação e avaliação do próprio ministério e dos profissionais dependentes que formam as estruturas de decisão dentro daquele departamento governamental.
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A instabilidade do corpo docente é outra causa de dificuldades pedagógicas e de mau funcionamento das escolas. Aquela tem como origem fundamental o facto de o recrutamento e a selecção dos professores não dependerem das escolas, nem das comunidades, mas do ministério, o que é coerente com o modelo “esclarecido”. Os docentes “pertencem” ao ministério, não às escolas. Apesar de alguma melhoria recente (três anos de contrato), a verdade é que a ligação dos professores à sua escola e à sua comunidade é frouxa, ténue e efémera. Só tarde na vida e na carreira de um professor é que essa ligação pode assumir uma dignidade mais sólida.
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Em conclusão: estes são apenas alguns aspectos essenciais para formulação de uma política de educação. São temas a que escapa a maioria dos debates contemporâneos, pois a ortodoxia partidária e governamental tem obtido uma curiosa unanimidade. Ou, pelo menos, um consenso alargado. O fiasco evidente das políticas de educação seguidas há quarenta anos em Portugal não se fica a dever a erros intrínsecos das políticas de educação, mas sim às condições políticas gerais, assim como, sobretudo, à unanimidade das opiniões e dos programas relativamente à ordem estabelecida e ao modelo educativo consagrado. Há, sobre a educação em Portugal, toneladas de papel publicado, milhares de opiniões conhecidas. Mas há pouco trabalho independente de análise. Discute-se muito a educação, mas o debate está limitado ao acessório. O sistema de ensino, tal como ele é, e o modelo de escola vigente e predominante parecem tabus que condicionam as políticas de educação. Enquanto formos assim reféns, será difícil realizar um debate aberto e livre, sem constrangimentos. O que quer dizer que será difícil definir políticas de educação mais ajustadas às necessidades do país e dos seus cidadãos.
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"O Economista", Anuário da Economia Portuguesa, Edição da Ordem dos Economistas, Dezembro de 2008
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NOTA: Será premiado com um exemplar deste clássico da pedagogia o autor do melhor comentário que seja feito, a esta crónica, até às 20h de 30 Nov 08, domingo.
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Actualização (1 Dez 08): o passatempo, que teve a colaboração do Sorumbático, terminou. Ver o resultado [aqui]. Obrigado a todos.
23 comentários:
Análise perfeita.
E os custos da asneira, que se vem arrastando, estão a ser canalisados para as famílias, para os alunos e para os professores que acabam por ter pouca ou nenhuma responsabilidade na falta de estrutura ou de tonicidade da(s) política(s) de educação.
O país clama por soluções, definir uma política feita de princípios, objectivos, estratégia, organização e meios, surge à opinião pública como indefinição. O Ministério deve ter ideias claras sobre o assunto e apostar em vectores fortes (embora de forma avulsa): transferência de responsabilidades para as autarquias, avaliação dos professores, estatuto dos alunos, Magalhães...
Protestos? São os interesses instalados a reagir a uma política corajosa que enfrenta a mudança!
Pode ser que, em breve, o Pai Natal se ofereça para fazer o trabalho independente de análise da educação em Portugal. Só espero que não o embrulhe em papel cor-de-rosa.
A primeira frase imediata que me apetece dizer é que, salvo a questão da avaliação dos docentes, tenho 19 anos (prestes a fazer 20) e nunca assisti a uma manifestação de 120.000 professores em prol do ensino, da educação, do sistema educativo, dos alunos, da formação, do saber, do rigor e da exigência (com os alunos e com eles) ainda que esta agora da avaliação venha encapotada também disso. Mas a pergunta, e limito-me a uma, pode ser: onde estavam os 120.000 zelosos professores quando por exemplo se retirou do programa do 12º ano de escolaridade a filosofia e se acabou com o seu exame nacional permitindo que se acabe o secundário na área das humanidades sem sequer ter tido a oportunidade de analisar em aula um Platãozito... Isto não é atirar as culpas para ninguém, mas é sintomático de que se para a área da educação podemos de facto ter um problema político (o que é só mais um, porque dada a mediocridade que grassa no âmbito da política se não é tudo mau, é quase) que, quer devido à centralização administrativa à Estado Novo, quer devido à falta de projecto duradouro (outra idiossincrasia marcante da política portuguesa) quer ainda pelo aproveitamento eleitoralista do domínio educativo (este ano foi o exemplo paradigmático disso: aliás, já avisei amigos que daqui a 10 ou 15 anos vão-se suceder nóbeis portugueses nas áreas conexas com as matemáticas bem como, acredito, Princeton's, Harvard's, Yale's, vão estar povoadas de professores e matemáticos portugueses), na realidade, e é nisso que quero centrar o ponto, podemos ter esse problema, mas, acima de tudo, parece-me ser um problema de sociedade. Os políticos podem ser maus (é sempre bom recordar aquela de cada povo ter os que merece) mas: que fazer aos pais que vão à escola tentar bater aos professors porque este deu 8 ao menino e o pai ou mãe entende que ele até sabia de 11?; que fazer à complacência que a maioria demonstra pela incompetência?; que fazer às universidades que se tornaram ensino secundário reforçado (CANOTILHO)?; que fazer aos estudantes, inclusive os ditos bons alunos, que se fosse num sistema riogoroso se lhes descobria a careca mas que nem demonstram respeito pelo livro, nem pelo saber, e que, porque lhes convém, pactuam com o sistema de farsa em que a educação se tornou?; quando é que passamos a atribuir ao “papel” (o diploma por exemplo) o papel relativo que ele deve ter?; quando é que as oportunidades profissionais deixarão de passar unicamente pela universidade e se passa a valorizar o útil saber-fazer dos ensinos técnico e profissionais?. Estas e outras acabam por estar bem patentes naquele anúncio governamental que andava nas paragens de autocarro: do género, Judite de Sousa a fazer de costureira e com a frase: Eu não estudei! (era do género). Aqui está a instrumentalização e formalização total do ensino e do saber, que, na minha opinião, já foi assimilada pela sociedade: as pessoas sabem que são ignorantes, mas verdadeiramente ninguém quer saber até porque tem um papel que faz com que o/a tratem por Dr. ou Dra. E onde estavam os professores e onde estavam os intelectuais para motivarem a sociedade a um inflexão de atitude? Dos políticos nem falo. Mas, as universidades, como estão, já se tornaram protótipos da banalização da intelectualidade e é por isso que digo que é muito fácil “bater” nos coitados do ensino “inferior”: então e que tal centrar as atenções nas faculdades de onde sai quem vai formar as criancinhas? E que tal a universidade portuguesa reformar-se, como precisa, para contaminar os níveis de ensino precedents não de lixo tóxico mas de alguma coisa positiva que se veja? Bem, termino, podemos não estar condenados, mas já estamos em prisão preventiva. E aquilo que se precisa é um nova atitude social face à escola: o político interpreta a faz, e oh se a sociedade de alunos e paizinhos não queria aqueles 14s a matemática! Falta o discurso sério com gente séria, sem politiqueiros, num espaço público que discuta a escola. Ou se promove colectivamente a ideia de que na situação actual estamos basicamente sem escola, e aí afrontamos pais, alunos, professores do básico, secundário e inclusive universitários, e se aponta o caminho tendente a uma reforma gradual projectada por gente que verdadeiramente se interesse e que estude e se dedique e não ande a fazer que faz, ou então são mais 50 anos sempre a piorar. O projecto educativo era sermos realistas: andamos a não aprender, em alguns casos a desaprender e o diplomazito vai chegar uma altura (se é que não chegou já) em que se vai metê-lo nalgum sítio pouco útil. Mas alguém acusa a má formação que recebeu? Alguém diz que foi enganado o tempo todo que andou a estudar? Não: tirei um curso (que inteligente!) e não me dão emprego! E os estudantes também estão sempre a vociferar por causa das propinas mas é vê-los todas as semanas nos bares e discotecas. Conclusão: deixemos de brincar.
Boa análise. Limito-me a deixar um comentário: com os problemas de multiculturalidade, desmotivação, falta de educação em casa, perda de autoridade, etc, etc, uma coisa é certa: a solução para o sucesso e para um melhor controlo terá de passar inevitavelmente por uma redução de alunos por turma. No máximo 12 alunos por turma e veriam logo uma diferença abismal. Nos poucos turnos do básico onde tenho a sorte de ter estes números a diferença, empenho, e sucesso são manifestamente melhores em relação a turmas de 25 alunos, tendo um quarto deles necessidades específicas de educação. O professor é Só UM. Cada aluno é um universo! Como dar-lhe atenção devida? Só reduzindo o rácio. Depois disso, poderemos começar a pensar noutras coisas.
Dr. Barreto
Estou admirado por ainda aqui não ter aparecido um sindicalista a lançar-lhe um "fatwa" ou, vá lá, uma excomunhão.
O caso não seria para menos, tal a enormidade da blasfémia ao atrever-se a contestar o pensamento único. Sim, que a malta, nos mestrados e pós-graduações, (tantas que se fazem e fizeram, nem que fosse para "complemento de habilitações"), tem de citar os mesmos pensadores. E a malta, independentemente de se situar mais à esquerda ou mais à direita, acaba sempre por se deixar enlevar pela verdade suprema e universal.
Mas eu, destoando, apresento-lhe os parabéns. E ainda mais pela fantástica estória da escola do post anterior.
O problema, do problema ser da educação, é uma realidade tão dificilmente escamoteável, como politicamente incorrecta de abordar no seu verdadeiro conceito, ou melhor abrangência.
Não cabe aos Professores resolverem os problemas do ensino em mega manifestações ou acções, da mesma forma que não cabe aos economistas a resolução dos problemas económicos do país, o estado não pode ser governado pelas cooperações, para seu governo temos exactamente, um governo, mandato pelo voto popular e manda o bom senso que se apoie nos economistas para resolver os problemas económicos e nos professores para resolver os problemas da educação.
Não quero com isto dizer, de forma alguma, que deverá o cidadão não eleito limitar-se a uma atitude expectante quanto ao seu futuro, na assumpção de que um providencial governo proverá todas as suas necessidades. Mas o facto é que, na normalidade, cumpre ao governo único ente legitimamente mandatado para tal, governar.
Não faz sentido gerir o estado sem a obediência a uma política da mesma forma que não faz sentido criar políticas que não sejam para efectivamente gerir de uma determinada forma qualquer assunto sempre com o intuito da sua resolução a “bem da nação”.
Como fica claro o momento do voto deveria ser o momento de escolha de um pacote de políticas entre várias alternativas possíveis, o eleitorado português quando vota sabe no que está a votar? O nosso sistema político acautela o evidente deficit cultural do povo português, contra manobras e linguagem tipo “Selecções” durante as campanhas eleitorais? A publicidade enganosa só é proibida no comércio porque não, salvaguardando as legítimas diferenças pela abordagem prospectiva dos temas, um quadro ético mais apertado quanto a eleitoralismo.
Atribui-se a Winston Churchill a frase “…Diz-se que a democracia é a pior forma de governo tirando todas as outras que se tentaram…”, eu diria antes “ …a teremos de ser governados é a melhor…” Porque acredito efectivamente que um governo pode ser bom para o estado, sem dúvida para mim, o grande defeito da democracia é simultaneamente o seu grande trunfo, todos os votos valem exactamente um voto.
Mas é um facto que a democracia agradece educação e a educação agradece a democracia, e a escola não é a única fonte de educação ou pelo menos não deveria ser.
1. Fala-se muito de educação e pouco de ensino.
2. Muitos dos que falam de educação têm em mente a escola em que andaram e esquecem-se que o contexto mudou.
3. A pressão das estatísticas "para inglês ver" nunca foi boa companheira de excelência e de qualidade.
4. Uma política educativa que pressiona a transição de alunos nunca pode estar preocupada com a qualidade do ensino. É um paradoxo.
5. Uma política educativa que assenta numa enxurrada de legislação sobre legislação, com os respectivos despachos, ofícios, revogações, etc nunca pode garantir estabilidade.
6. Uma política educativa que desresponsabiliza os pais e responsabiliza cada vez mais a escola pela educação tende a esquecer a dimensão do ensino.
7. Mais escreveria, mas ao fim de uma semana de 20 aulas de quatro níveis de ensino diferentes leccionadas a sete turmas (do 7º ao 10º anos) com a respectiva preparação, duas tutorias, a coordenação do projecto de educação para a saúde do agrupamento, duas horas de atendimento do gabinete jovem da escola (educação sexual), do cargo de professora interlocutora para o abandono e absentismo escolar, de correcção de trabalhos de casa, de atendimento aos alunos à noite via MSN e da dinamização do Centro Jovem na escola (isto para não pormenorizar mais)... ao fim de uma semana dessas (quase igual a todas as outras semanas... pois esta semana foi a primeira em que não tive reuniões)... ao fim de uma semana destas já não estou com pachorra para escrever mais.
Cara Sílvia,
A sua ideia, elaborar um estudo independente sobre a educação em Portugal, é excelente. Partilho a sua esperança. Para este sector, como para outros (a Justiça, por exemplo), seria certamente útil que alguém, pessoa ou entidade, português ou estrangeiro, se debruçasse com independência e saber sobre os problemas, a organização e os resultados. Mas é difícil, entre nós, encontrar ou proporcionar trabalho independente, não condivionado pelos governos, os partidos, os sindicatos, os grupos económicos, a Igreja...
Prezado ART (?),
O seu desabafo tocou-me. Partilho muitas da suas preocupações. Noto que você anuncia uma só pergunta, mas acaba por fazer tantas que se fica aem fôlego. Nestas coisas, como noutras, "anda tudo ligado", mas é útil separar os problemas, um a um, a fim de poder analisar e conhecer melhor as implicações. O que não elimina, evidentemente, as questões gerais. Nem os desabafos!
Prezado(a) Azurara (?),
Há "pensamentos únicos" por todo o lado, uns de esquerda, outros de direita. Aquele que refere é um dos mais eficazes. Desde finais dos anos sessenta, ainda no regime anterior, o "pensamento único educativo" instalou-se, cresceu, engordou e criou raízes. Direitas e esquerdas, ateus e católicos, liberais e dirigistas, burocratas e tecnocratas entendem-se e fizeram este ensino. Vai demorar décadas para destruir a fortaleza e fazer com que a educação e a escola se pense sem dogmas e sem ilusões.
Caro(a) Brit Com (?),
A sua descrção de uma semana de trabalho, igual a tantas outras, igual a todas, comoveu-me. Já sabia, já se sabe, mas dói sempre que se vê ou lê.
Os seus pontos 5. e 6. são particularmente importantes.
A escola foi transformada numa entidade que se deve "ocupar da formação integral do jovem", primeiro dogma que trouxe o segundo, o de que a família é secundária na educação. O que estranho é que mesmo as correntes de direita e centro-direita, que não se cansam da invocar a família, deixaram que esta praga se instalasse.
Dr António Barreto,
Sou professora, portanto "cara brit com". :)
Agradeço a sua resposta ao meu comentário.
Queria só referir que o intuito da descrição da minha semana de trabalho não era comover ninguém. Será tão pesada ou leve como a de outros profissionais que requerem o mesmo respeito, qualquer que seja a profissão que exercem, desde que o façam com consciência, bom senso e ética.
Para qualquer pessoa que queira procurar conhecer as várias vertentes do ensino e as opiniões de quem efectivamente trabalha no terreno, não se limitando a ler crónicas rangélicas para depois duplicar uma opinião, estarei disponível no meu cantinho (ver link no nick).
Atenciosamente
Goretti Moreira
Nos últimos trinta anos a educação tem sido entregue, ora a românticos, ora a fracos. Quando se pensava que a pasta tinha encontrado, finalmente, o dono certo, eis que entra em cena uma equipa de aventureiros que, de educação, parece não entenderem muito mais do que aquilo que lhes ficou de umas leituras apressadas. E desastre após desastre, três anos depois, a parte do edifício que ainda continuava de pé, acaba de ruir.
A propósito desta calamidade vem-me à memória uma história que Steve Berry contava n’A Profecia dos Romanov. Pedro o Grande, czar de todas as Rússias, querendo alimentar o seu povo decretou que os camponeses da Geórgia passassem a cultivar batatas. “Maçãs da terra”, como lhes chamava. O tubérculo, recentemente introduzido na Europa, era, ainda, desconhecido na Rússia e o soberano esqueceu-se de dizer aos cultivadores qual a parte da planta que devia ser aproveitada. Quando, depois da colheita, os camponeses tentaram comer a rama, adoeceram. Encolerizados, queimaram toda a sementeira. Foi só quando um provou a raiz queimada da planta que se descobriu onde estava, afinal, o alimento.
Não duvido que José Sócrates quisesse o melhor para a educação do seu país. Não duvido, sequer, da bondade da sua escolha mas, tal como Pedro, quatro séculos antes, também ele se esqueceu de avisar a equipa que escolheu, que, uma boa parte dos professores, quiçá a melhor, embora “escondida” era imprescindível se se quisesse uma boa colheita. Não avisada, nada sensata e pouco perspicaz, a equipa tomou todos os professores por foras-da-lei e toca a mover-lhes uma guerra sem quartel. Covardemente, aliciou os pais e o país contra o inimigo, mas, quando a batalha parecia ganha, eis que começam a surgir brechas nas forças de assalto. Quando percebem as ideias diabólicas dos generais, o melhor das forças, muda-se para o outro lado da barricada. O resto já se sabe.
Desgraçadamente, perdeu-se outra oportunidade de reformar o ensino público e teremos de trabalhar muito para reconstruir tudo o que uma equipa de celerados teimou em destruir.
Carlos Ponte,
Possivelmente um dos melhores textos que li até hoje. Parabéns pela simplicidade com que analisa um problema tão complexo.
Cara Goretti Moreira Brit Com,
Parece que não gostou da emoção que senti e lhe comuniquei. Será? Mas nunca fico indiferente à vida seja de quem for, a minha ou a dos outros.
Caro Carlos Pontes,
Obrigado pelo seu comentários. Gostava de ter escrito o que você assina. Subscrevo o comentário da Brit Com, Goretti Moreira
Carlos Ponte, corrijo o seu nome, não é Pontes.
Entendeu-me mal.
Pelo contrário, fiquei também eu comovida ao ler que se tinha comovido com o meu comentário.
Peço desculpa se escolhi mal as palavras.
Simplesmente quis dizer que não me estava a lamentar.
Brit Com,
Também peço desculpa pelo meu mau entendimento... Está o caso resolvido. De qualquer maneira, não pensei que estivesse a lamentar-se. Em certo sentido, é isso que comove: uma agenda simples, sem adjectivos dramáticos, sem tom de lamúria. É esse relato que toca, não as pieguices dos que se julgam mais vítimas do que os outros.
caro professor antónio barreto, mais uma vez brinda nos com as suas pertinentes reflexões, mas queria deixar algumas observações: 1 a educação tem de ser global se não voltamos à ideia de instrução 2 as políticas educativas têm de mobilizar e motivar os docentes com ministros carismáticos e não arrogantes 3 a avaliação docente deve ser formativa e não apenas punitiva 4 a avaliação autónoma pode resvalar para esquemas caciquistas em particular nas escolas interiores 5 algo tem de mudar mas temos de partir de modelos de avaliação docente exequíveis justos e meritocráticos 6 aconselha a prudência que as reformas profundas sejam paulatinas! Cordialmente nuno ferrão. ps peço desculpa pelos lapsos do fim da mensagem /iivotomligirrrrgigil4iii mobilinar
Caro Nuno,
Um só breve comentário: as reformas profundas ou que envolvem mudança de métodos e critérios deveriam ser paulatinas, como você diz, mas sobretudo experimentais. Isto é, começar numas escolas, corrigir, passar a grupos de escolas, voltar a corrigir, até gradualente se generalizar.
Já agora, mais uma nota: não concordo com as suas reticências à autonomia das escolas. Terei oportunidade de voltar ao assunto com vagar e argumentação.
O passatempo, que teve a colaboração do 'Sorumbático', terminou.
Ver o resultado no 'link' indicado na "Actualização".
Obrigado a todos!
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