À esquerda da fotografia, vê-se a linha do comboio, mesmo à beira rio. É uma das mais maravilhosas linhas de caminho-de-ferro do mundo, pela paisagem que atravessa e pela distância que percorre. Esta linha já foi reduzida, deixou de haver movimento entre o Pocinho e Barca d’Alva. Como já tinha deixado de haver prolongamento para Espanha. Agora, fala-se de novo em terminar o trajecto de Pinhão ao Pocinho. Quem sabe se um dia a linha desaparece simplesmente. É triste e lamentável. Qualquer outro país faria tudo para preservar e manter esta linha.
Acrescente-se que as linhas dos vales afluentes tiveram o destino fatal. A do Sabor está fechada definitivamente. A do Tua, com o recente acidente e a ulterior barragem, fechada está. A do Corgo terminou entre Vila Real e Chaves, agora limita-se ao percurso Régua a Vila Real. Qualquer destas linhas é de uma beleza impressionante.
Quanto a este espelho de água, lugar de tranquilidade, resulta evidentemente das albufeiras das barragens. Até aos anos sessenta, não era assim. Este rio, em múltiplos locais, era bravo e selvagem. Perigoso mesmo. Com as barragens, foi pacificado. Domesticado, como dizia Miguel Torga. Deixou de ser o que era, ganhou um novo carácter. Mas ainda se impõe aos nossos sentimentos. (Foto de 2007).
NOTA: ver, [aqui], duas dezenas de fotos da Linha do Tua enviadas pelo leitor R. da Cunha.
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