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A primeira vez que tinha estado nesta cidade fora nos anos sessenta. Nem a cidade, nem eu, éramos iguais ao que somos hoje. S. Petersburgo chamava-se então Leninegrado (depois de já ter sido Petrogrado por uns poucos anos), do nome de Lenine, o revolucionário russo, depois chefe do partido comunista da União Soviética, o fundador e primeiro ditador daquele país (tal como havia Estalinegrado, de Estaline, o segundo ditador). Nessa altura, era impensável ver um militar russo, ou soviético, sentado num banco no meio da rua ou de um jardim, com uma lata de cerveja no chão, ao lado de um jovem de T-shirt e mangas à cava, talvez também militar. S Petersburgo, maravilhosa cidade, voltou a ter o nome que tinha desde a origem (foi aliás o Czar Pedro que a fundou no início do século XVIII). Estes dois jovens estão sentados num banco público dos jardins em frente à catedral de Santo Isaac e perto de hotéis famosos, o Astoria e o Angleterre, onde pernoitaram, desde há cem anos, todos os importantes deste mundo, capitalistas ou comunistas, russos ou americanos, militares, políticos e escritores. A catedral de Santo Isaac, acima referida, tem uma história curiosa. Após a revolução, os comunistas decidiram que aquele local deveria ser encerrado ao culto e às trevas. Assim fizeram e transformaram-na, pouco depois, num “Templo do Conhecimento”, apetrechado de um “Pêndulo de Foucault”. O Museu ficou a chamar-se “Museu da História da Religião e do Ateísmo”. Agora, perdeu a vertente “ateísmo” e ganha gradualmente a sua vocação religiosa. (2010)
1 comentário:
O sargento-marinheiro não desconfiou de espionagem?
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