Idealizada nos anos sessenta, a pensar no petróleo de Angola, nas rotas de petroleiros pelo Atlântico (quando o Canal do Suez estava fechado) e na escala colossal dos petroleiros (previam-se que ultrapassariam 1 milhão de toneladas!), a Lisnave foi uma verdadeira jóia da Coroa, para utilizar o lugar-comum. Depois, tudo correu mal. Angola ficou independente. O Suez reabriu. Os desastres marítimos, os acidentes ecológicos e as preocupações ambientais obrigaram a construir petroleiros mais pequenos. A famosa doca seca de 1 milhão de toneladas ficou sem uso directo, era necessário colocar vários barcos ao mesmo tempo. A revolução e o radicalismo dos operários da Lisnave ajudaram ao fim. Depois de aventuras estranhas, a Lisnave sobrevive, mas em Setúbal, onde parece ter de novo actividade próspera. Mas ali, na Margueira, sobram os restos de um sonho e de uma ambição desmedida. Creio que não completou vinte anos de actividade. (1980)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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2 comentários:
De notar que o que se passou com os petroleiroo, o canal, os mares, os navios, etc. passo-se a nível mundial, portanto com todos os outros países, a maioria dos quais não abandonou a sua vocação marítima. O que nos deveremos talvez perguntar é quem teria enriquecido para aceitar impor o fim da Lisnave no interesse directo de outros países. Porque existiam outras saídas. Não foi idêntico para tantos outros «enterros»?
"Creio que não completou vinte anos de actividade"? Crê? então porque não se informou? Uma dica:completou mais de 30...
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