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A VIAGEM DE OBAMA à Europa foi triunfal. Os resultados políticos ver-se-ão mais tarde. Mas, para já, o homem venceu em todas as frentes: encenação e substância, determinação e carisma. Convenceu os líderes europeus, obrigou-os a rodopiar à volta dele, cedeu no que era necessário e obteve o que procurava. Mostrou uma equipa unida e motivada, mas revelou ser ele o mestre a bordo. Todos ficaram a pensar que tinha visão, não tirava os olhos dos seus objectivos, conhecia os meios de lá chegar e estava atento ao pormenor. Falou com grandes e pequenos, com monarcas e estudantes. Foi firme no que queria e flexível no que podia. Esteve à vontade em todo o sítio. Racional quando foi preciso, afectuoso quando quis. Tinha o mundo a seus pés, mas nunca esqueceu de onde vinha, da América. Sabia que tinha um Estado, uma nação e um povo atrás de si. Além de um exército. Em poucas palavras: foi um líder político.
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OS EUROPEUS, órfãos de líderes, estavam preparados. As expectativas foram satisfeitas, ultrapassadas mesmo. Foi quanto bastou para que voltassem a exprimir um dos seus mais ardentes desejos: o de ter um líder. Ou antes, de terem, em cada país, um líder. E também, para a União e para toda a Europa, um grande líder. Branco ou preto, católico ou protestante, latino ou saxónico, judeu ou ariano, mas um líder! Com tanto desejo, não hesitaram no modelo: Obama! Analistas, comentadores, estudiosos, políticos e jornalistas não tardaram a repetir a sua perene aspiração: a de que a “Europa fale a uma só voz”.
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É UMA VELHA cantilena. Cada vez que surge um problema, constitucional ou de ambiente, de defesa ou de crescimento, logo os circunspectos europeus gemem de melancolia. “Já não há líderes como antigamente”! “É preciso que alguém fale por todos”! Olham para a América. Ali, há líder. Os americanos, dizem, decidem depressa e são eficientes. É porque têm um líder. Em geral, ganham. Quando perdem, recuperam depressa. As mais das vezes, acertam. Quando erram, corrigem rapidamente. Porque têm um líder. Os políticos europeus parecem-se cada vez mais com guarda-livros ou altos burocratas, mudam de opinião, vão atrás da onda e do vento, não têm princípios nem valores. Tudo, crêem, defeitos que os verdadeiros líderes não têm. O raciocínio é simples e adolescente. Há falta de Europa? Então é preciso mais Europa. Falta a liderança? Haja mais liderança. Há divisões na Europa? Então faça-se a unidade. Não há líderes? Faça-se um! Não interessa muito saber por que razões não há líderes, ou unidade, ou Europa, ou cidadãos europeus, o que interessa é afirmar que é preciso mais. São banalidades e petições de princípio que não resistem à análise, mas que têm a grande virtude de ser simples e não exigir reflexão. Com facilidade se comparam os estados americanos aos Estados europeus. Ou, se for preciso, aos distritos portugueses. Para fazer os Estados Unidos da Europa, basta querer. Para os pobres de espírito ou os pouco exigentes, é sempre um problema de vontade. O que é preciso é “mudar de mentalidades”! O que faz falta é “vontade política”! E está tudo dito.
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IMAGINE-SE um Sueco, um Alemão ou um Maltês a concorrer para a presidência da Europa! Anos de campanha eleitoral, a falar em 27 países, a convencer eleitorados e a atrair pessoas e interesses. Veja-se um primeiro-ministro que acaba de perder as eleições nacionais e que decide concorrer à presidência da Europa. Pense-se nos que perdem as eleições europeias mas que, pelo jogo deste federalismo atípico, determinam a composição da Comissão Europeia e designam o seu presidente, como, aliás, aconteceu há cinco anos, quando Blair, Chirac, Schroeder e Barroso perderam em casa, mas nomearam o presidente da Comissão. Conhecemos a resposta. O presidente da Europa será eleito no Parlamento, de credenciais democráticas impecáveis, garantem-nos. Imagine-se a força, o carisma, o reconhecimento e a autoridade de um grande burocrata, mais ou menos reformado, transformado em presidente! Pense-se mesmo num presidente eleito, francês por exemplo, acumular, durante uns anos, o seu cargo legítimo com o de presidente da Europa! Será com este dispositivo que se pretende uma Europa mais forte? Mais próxima dos eleitorados? Mais democrática?
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A CAMPANHA eleitoral, nos Estados Unidos, dura vários anos. Não porque a América seja grande ou as campanhas comerciais. Mas porque os candidatos têm de ser nacionais. Para chegar a candidato, são precisos muitos anos. Não há candidato sem bases populares e partidárias firmes. Não há presidente eleito que não tenha uma convicção nacional e um programa com raízes em comunidades e objectivos para todas as regiões, classes e etnias. Não há presidente não que não seja deles, dos americanos, ou de partes deles, um pouco por todo o lado, dos republicanos aristocratas do Sul, dos clãs democráticos de Washington, dos judeus de Nova Iorque ou dos negros da Virgínia, dos irlandeses e dos polacos, dos patrícios de Nova Inglaterra e dos metalúrgicos de Detroit, dos agricultores do Iowa ou do “smart people” da Califórnia. Os grandes candidatos americanos não são a soma destes segmentos todos, são algo que os atravessa a todos, uma forma de ser americano. Por isso os americanos se revêem nos seus candidatos, mesmo quando o país está dividido eleitoralmente ao meio, em dois.
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A LIDERANÇA política forte e determinada vem da pessoa, de dentro, da alma e da cabeça, mas nada disso é suficiente. Sem eleitorado, sem reconhecimento público, sem identificação e sem sentimento, não há qualidades pessoais que cheguem. A liderança vem do sentido da oportunidade, da vontade, da ética da responsabilidade, do prestígio pessoal e da autoridade inata. Mas, sem raiz, sem bases sociais e nacionais, sem interesses, sem organização, sem caldo de cultura e sem circunstância história nacional, as virtudes individuais de pouco servem para o ofício de líder. Os problemas de liderança europeia, assim como das lideranças nacionais, que são verdadeiros, são inerentes à Europa e aos seus países, às suas nações e às suas culturas. A que se acrescenta o facto de haver contradição entre este monstro híbrido, a União Europeia, e a variedade de países e Estados. À força de querer um Obama, os europeus terão surpresas. Não é por esta via que terão um Hitler. Nem um Churchill. Mas terão certamente um Barroso.
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«Retrato da Semana» - «Público» de 5 de Abril de 2009
A VIAGEM DE OBAMA à Europa foi triunfal. Os resultados políticos ver-se-ão mais tarde. Mas, para já, o homem venceu em todas as frentes: encenação e substância, determinação e carisma. Convenceu os líderes europeus, obrigou-os a rodopiar à volta dele, cedeu no que era necessário e obteve o que procurava. Mostrou uma equipa unida e motivada, mas revelou ser ele o mestre a bordo. Todos ficaram a pensar que tinha visão, não tirava os olhos dos seus objectivos, conhecia os meios de lá chegar e estava atento ao pormenor. Falou com grandes e pequenos, com monarcas e estudantes. Foi firme no que queria e flexível no que podia. Esteve à vontade em todo o sítio. Racional quando foi preciso, afectuoso quando quis. Tinha o mundo a seus pés, mas nunca esqueceu de onde vinha, da América. Sabia que tinha um Estado, uma nação e um povo atrás de si. Além de um exército. Em poucas palavras: foi um líder político.
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OS EUROPEUS, órfãos de líderes, estavam preparados. As expectativas foram satisfeitas, ultrapassadas mesmo. Foi quanto bastou para que voltassem a exprimir um dos seus mais ardentes desejos: o de ter um líder. Ou antes, de terem, em cada país, um líder. E também, para a União e para toda a Europa, um grande líder. Branco ou preto, católico ou protestante, latino ou saxónico, judeu ou ariano, mas um líder! Com tanto desejo, não hesitaram no modelo: Obama! Analistas, comentadores, estudiosos, políticos e jornalistas não tardaram a repetir a sua perene aspiração: a de que a “Europa fale a uma só voz”.
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É UMA VELHA cantilena. Cada vez que surge um problema, constitucional ou de ambiente, de defesa ou de crescimento, logo os circunspectos europeus gemem de melancolia. “Já não há líderes como antigamente”! “É preciso que alguém fale por todos”! Olham para a América. Ali, há líder. Os americanos, dizem, decidem depressa e são eficientes. É porque têm um líder. Em geral, ganham. Quando perdem, recuperam depressa. As mais das vezes, acertam. Quando erram, corrigem rapidamente. Porque têm um líder. Os políticos europeus parecem-se cada vez mais com guarda-livros ou altos burocratas, mudam de opinião, vão atrás da onda e do vento, não têm princípios nem valores. Tudo, crêem, defeitos que os verdadeiros líderes não têm. O raciocínio é simples e adolescente. Há falta de Europa? Então é preciso mais Europa. Falta a liderança? Haja mais liderança. Há divisões na Europa? Então faça-se a unidade. Não há líderes? Faça-se um! Não interessa muito saber por que razões não há líderes, ou unidade, ou Europa, ou cidadãos europeus, o que interessa é afirmar que é preciso mais. São banalidades e petições de princípio que não resistem à análise, mas que têm a grande virtude de ser simples e não exigir reflexão. Com facilidade se comparam os estados americanos aos Estados europeus. Ou, se for preciso, aos distritos portugueses. Para fazer os Estados Unidos da Europa, basta querer. Para os pobres de espírito ou os pouco exigentes, é sempre um problema de vontade. O que é preciso é “mudar de mentalidades”! O que faz falta é “vontade política”! E está tudo dito.
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IMAGINE-SE um Sueco, um Alemão ou um Maltês a concorrer para a presidência da Europa! Anos de campanha eleitoral, a falar em 27 países, a convencer eleitorados e a atrair pessoas e interesses. Veja-se um primeiro-ministro que acaba de perder as eleições nacionais e que decide concorrer à presidência da Europa. Pense-se nos que perdem as eleições europeias mas que, pelo jogo deste federalismo atípico, determinam a composição da Comissão Europeia e designam o seu presidente, como, aliás, aconteceu há cinco anos, quando Blair, Chirac, Schroeder e Barroso perderam em casa, mas nomearam o presidente da Comissão. Conhecemos a resposta. O presidente da Europa será eleito no Parlamento, de credenciais democráticas impecáveis, garantem-nos. Imagine-se a força, o carisma, o reconhecimento e a autoridade de um grande burocrata, mais ou menos reformado, transformado em presidente! Pense-se mesmo num presidente eleito, francês por exemplo, acumular, durante uns anos, o seu cargo legítimo com o de presidente da Europa! Será com este dispositivo que se pretende uma Europa mais forte? Mais próxima dos eleitorados? Mais democrática?
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A CAMPANHA eleitoral, nos Estados Unidos, dura vários anos. Não porque a América seja grande ou as campanhas comerciais. Mas porque os candidatos têm de ser nacionais. Para chegar a candidato, são precisos muitos anos. Não há candidato sem bases populares e partidárias firmes. Não há presidente eleito que não tenha uma convicção nacional e um programa com raízes em comunidades e objectivos para todas as regiões, classes e etnias. Não há presidente não que não seja deles, dos americanos, ou de partes deles, um pouco por todo o lado, dos republicanos aristocratas do Sul, dos clãs democráticos de Washington, dos judeus de Nova Iorque ou dos negros da Virgínia, dos irlandeses e dos polacos, dos patrícios de Nova Inglaterra e dos metalúrgicos de Detroit, dos agricultores do Iowa ou do “smart people” da Califórnia. Os grandes candidatos americanos não são a soma destes segmentos todos, são algo que os atravessa a todos, uma forma de ser americano. Por isso os americanos se revêem nos seus candidatos, mesmo quando o país está dividido eleitoralmente ao meio, em dois.
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A LIDERANÇA política forte e determinada vem da pessoa, de dentro, da alma e da cabeça, mas nada disso é suficiente. Sem eleitorado, sem reconhecimento público, sem identificação e sem sentimento, não há qualidades pessoais que cheguem. A liderança vem do sentido da oportunidade, da vontade, da ética da responsabilidade, do prestígio pessoal e da autoridade inata. Mas, sem raiz, sem bases sociais e nacionais, sem interesses, sem organização, sem caldo de cultura e sem circunstância história nacional, as virtudes individuais de pouco servem para o ofício de líder. Os problemas de liderança europeia, assim como das lideranças nacionais, que são verdadeiros, são inerentes à Europa e aos seus países, às suas nações e às suas culturas. A que se acrescenta o facto de haver contradição entre este monstro híbrido, a União Europeia, e a variedade de países e Estados. À força de querer um Obama, os europeus terão surpresas. Não é por esta via que terão um Hitler. Nem um Churchill. Mas terão certamente um Barroso.
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«Retrato da Semana» - «Público» de 5 de Abril de 2009
8 comentários:
Se a construção burocrática da UE não fosse tão sôfrega (agora permeada pelos egoísmos nacionais de última hora), destituída de afectividade e entrosamentos profundos e permitisse o respirar e concitar permanente dos cidadãos, a pouco e pouco líderes densos e pan-europeus emergiriam.
Mas isto é impossível numa Europa que se descaracteriza comunitariamente e se aliena culturalmente. Funcionarista e pouco cívica, a construção europeia albergará essa nostalgia por um Obama europeu durará décadas, a não ser que o Obama norte-americano seja simultaneamente o nosso.
Sem uma forte identificação,
neste caldo de culturas,
não se obtém a eleição
de líderes com inatas posturas.
Os americanos pragmáticos,
e de uma forma exaustiva,
obtêm resultados práticos
de natureza objectiva.
O mexilhão europeu
com muitos milénios de história,
persegue o seu próprio breu
de uma forma peremptória!
Tanta retórica, Barreto! Contém ela algum nico de realidade?
Vídeo TV Blogo – Barroso
Muito bem, apetece também dizer, está tudo dito!
Nunca a Europa terá um verdadeiro presidente, a menos que alguém se lembre do Papa...
Os bons políticos só proliferam em Estados, que lhes reconheçam valor. Neste pequeno país ainda se ouvem coisas extraordinárias, como: "-Não serve para político é sério demais!". O povo é assim e depois queixa-se.
As pessoas responsáveis, que ainda existem neste país, deviam autonomizar a cultura, não a deixando à mercê de políticos incultos. As bibliotecas que proliferam em quase todos os concelhos, podiam fazer um papel excelente, caso os seus técnicos pudessem trabalhar sem pressões, sem perder tempo com a falta de cultura política. Os museus, os arquivos igualmente.
E já agora, onde é que anda o Senhor Ministro da Cultura?
Pois é! Com Barroso, contentamo-nos com pouco... mas talvez seja a nossa costela de tragédia grega: aprender com o sofrimento. A orfandade é isso mesmo. Até quando?
Três organizações mundiais, o FMI-Fundo Monetário Internacional, o BM-Banco Mundial e OCDE-Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico, estão unanimemente a prever que nos próximos meses e durante todo o ano de 2009 todos testemunharemos O PRIMEIRO DECLÍNIO MUNDIAL DESDE A GRANDE DEPRESSÃO !!!
E estão a prever ainda maiores declínios, precisamente nas mesma área de actividade que fez com que a Depressão de 1930 fosse tão severa: O COMÉRCIO MUNDIAL. É como cair de um penhasco abaixo….
Não interessa a frequência com que os rallyes do mercado financeiro possam suceder, nem como os países do G-20 estimulem ou não estimulem as suas economias, nem os abanões positivos que possam ocorrer num ou noutro sector de actividade, o que interessa perceber é que O DECLÍNIO GLOBAL É O CONTEXTO FUTURO IMEDIATO que se apresenta para qualquer continente do planeta, com excepção da Antárctida…
Não vale a pena iludir ou açucarar a questão, temos que ser perfeitamente claros: NESTE PRECISO MOMENTO, A ECONOMIA MUNDIAL ESTÁ A DESLIZAR PARA A 1ª GRANDE DEPRESSÃO DO SÉC. XXI !!!
Não existe terceira via, as alternativas são as seguintes:
1) DEPRESSÃO COM DEFLAÇÃO, ou
2) DEPRESSÃO COM HIPER-INFLAÇÃO...
Pior? NESTE PRECISO MOMENTO OS GOVERNOS ESTÃO A FAZER AS ESCOLHAS MAIS INSENSATAS, MAIS EGOÍSTAS E DE MAIS ALTO RISCO DA HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO !!!
No seu zelo para evitar o inevitável ciclo de depressão, os Estados Unidos, o Reino Unido e agora muitas das nações G-20 (acompanhadas pelos seus seguidores cegos ou oportunistas por motivos de subsistência política pessoal ou grupal inconsciente) estão a conduzir-nos para o padrão da destruição.
A Reserva Federal abandonou o seu papel tradicional de controlo da inflação e está, actualmente, a utilizar o seu máximo nível endividamento possível para… CRIAR INFLAÇÃO !
Nos USA, o Défice explodiu literalmente para valores 4 vezes superiores ao do pior défice em apenas 12 meses…
Nos USA, só nos últimos 18 meses foram investidos, emprestados, garantidos ou e alocados pela Reserva Federal 14 triliões de dólares (em escala curta, 14*10^12=14.000.000.000.000 Usd).
Mais do que o PIB total, mais do que o Défice total acumulado em mais de dois séculos, é dinheiro que os USA não têm. É dinheiro que não é possível pedir emprestado sem consequências enormes. E é dinheiro em papel-moeda que já começou a ser impresso: 14 triliões de Usd até este momento.
Se a doença é o vício do endividamento - todos sabemos isso - como podem agora estar a dizer-nos que a solução para reconquistar o bem-estar é uma nova injecção ainda maior de endividamento? Responda quem tem a obrigação de o fazer, os Políticos investidos e depositários do mandato de que tem o Poder original em Democracia: os Cidadãos. Porque, desta vez, esse endividamento representa mais Dívida Pública…
Pede-se CORAGEM PARA MUDAR A ROTA surrealista em que todos nos vemos forçados a navegar, com TRANSPARÊNCIA, HONESTIDADE, VERDADE e com HUMILDADE DEMOCRÁTICA sinceras.
Que se tenha a Consciência de que cada euro de ajudas financeiras “salvíficas” ou de investimentos surrealistas irresponsáveis representa não 1 mas 2 euros de Injustiça Social diferencial: 1€ para premiar os Culposos mais/menos 1€ para castigar as Vítimas das actividades culposas, sejam elas quais forem e de onde vierem.
Ficou claro? É que será esta mais uma raiz - quiçá a mais importante e definitiva - de um Crime Político continuado de que, mais tarde ou mais cedo e imprevisivelmente, serão pedidas responsabilidades. Por acção e por omissão.
A menos que desapareçam todos os registos das continuadas Impunidades…
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