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No Martim Moniz, turistas embarcam no 28, o mais famoso dos eléctricos lisboetas. É o que vai do Martim Moniz aos Prazeres, a Campo de Ourique e à Estrela. Já vi filas com mais de duzentas pessoas à espera! No Verão, valia a pena a Carris pensar em aumentar a oferta nas suas linhas populares. E já agora reforçar a vigilância, dado que é a “cena” favorita dos carteiristas! Neste 28, ao lado da referência ao Orpheu e a Fernando Pessoa, uma fotografia publicitária que parece nada ter a ver com o poeta ou a poesia! Pode ser um daqueles instantâneos muito conhecidos relativos à implantação da República, que, de facto, deu muitos carros (a motor ou a cavalo, como este aqui) apinhados de manifestantes e de revolucionários. Não se percebe bem o que estará aqui a fazer esta imagem. Ou será de mais um golpe dos muitos que se fizeram naqueles anos? Será de 1915, como o cartaz refere? Nesse ano, a revolta contra o governo de Pimenta de Castro provocou a morte de umas centenas de pessoas, assim como a demissão de Manuel de Arriaga. Esta fotografia foi feita 100 anos depois! (2015)
2 comentários:
Gosto um imenso desse eléctrico. Leva um tempão até aos Prazeres mas vale a pena. Mas agora as filas são de uma enormidade que transtorna qualquer um. Há anos que não vou até ao fim da linha.
No ano de 1915 registou-se também uma grande agitação e discussão a nível nacional sobre a entrada ou não de Portugal na Grande Guerra. Parece-me que a imagem desse carro puxado ainda a cavalos e cheio de homens aguerridos revela bem o estado de um país que pretendia defender as suas colónias, afirmar o regime republicano e de conquistar o respeito dos poderosos. Sempre em bicos de pés e armas nos dentes, os portugueses, nesse ano, revelaram-se atrevidos, tanto na literatura como nas artes visuais. Contra a academia, marchar, marchar!...
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