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Uma qualquer rua, a uma
qualquer hora. Há elementos casuais de composição prévia e de ironia posterior.
Um sentido proibido. Uma loja chamada TNT. Uma menina de capuchinho vermelho.
Três soldados de patrulha fortemente armados. Dois rapazes em conversa e
telemóvel. Um lugar da fruta e de gelados Olá… Os soldados e as suas armas são
evidentemente o factor perturbador de uma rua qualquer a uma qualquer hora. Mas
em Jerusalém, é assim. Entre a paz e a guerra. Estive na cidade poucos dias,
mas nunca esquecerei. O peso e a densidade da história. A pluralidade tensa. O
significado de tudo, dos palácios aos templos, das pedras às ervas e às
árvores. A civilização contemporânea vai-se imiscuindo por entre os vestígios e
restos de três ou quatro mil anos de vida e de conflito. Ali percebi que há
problemas sem solução, guerras perpétuas e conflitos como modo de vida. O
máximo que se poderá conseguir é aprender a viver assim, com conflito, guerra,
tensão e rivalidade. Com solução é que não. (2012)
3 comentários:
Nem todas as vidas se resolvem com soluções. E é verdade, aprende-se a viver de muito modo. Em todo o mundo.
É ínfima a possibilidade de diálogo entre corpos que nascem em campos opostos.
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