domingo, 19 de maio de 2013

Luz - Memorial do Holocausto, Berlim 2010

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Este memorial, que não é bem um monumento, mas acabará por sê-lo, é comovedor. No meio da cidade, bem perto da Porta de Brandeburgo, a poucos metros da avenida Unter den Linden e das grandes embaixadas (americana, russa, inglesa…), quase em cima do terreno que era, há poucos anos, fronteira entre Leste e Oeste, é um sítio de memória que pesa nos espíritos e nos corações. O silêncio impõe-se. Mesmo com centenas de carros a toda a volta, com pessoas a passar, turistas e correr, crianças a brincar, comerciantes a vender souvenirs e intenso barulho da cidade, mesmo assim, o silêncio tem o primado e sente-se melhor do que se ouve o ruído. Só quando, anos depois, estive em Jerusalém, percebi de repente a semelhança entre este memorial e os cemitérios de Jerusalém, nomeadamente os judeus. Os blocos de Berlim são praticamente iguais aos túmulos de Jerusalém. Com duas diferenças notáveis pelo menos: em Berlim, os blocos de pedra são escuros, quase negros, entre a ardósia e o chumbo, enquanto as pedras tumulares de Jerusalém são calcárias, cor de argila clara ou de barro de areia. Em Berlim, por outro lado, os blocos encontram-se totalmente despidos, vazios e limpos. Em Jerusalém, como se pode ver na fotografia da semana anterior, os túmulos estão carregados de pedrinhas, aquelas espécies de flores da eternidade! (2010)

1 comentário:

Bartolomeu disse...

Conheço. E quando visitei o local, deparei-me com um contraste estranhíssimo; pessoas que simplesmente percorriam as "vielas" por entre os blocos, com ar de quem medita, alguns como que surgindo inesperadamente de entre as pedras e outros, fazendo-se fotografar alegremente, como se se encontrassem no meio de uma feira de diversões.
A natureza humana tem aspectos verdadeiramente contrastantes.