domingo, 5 de dezembro de 2010

Luz - Barricadas de 28 de Setembro de 1974

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Já aqui mostrei uma outra fotografia alusiva a este dia e estes acontecimentos. Eis uma “prova” das armas recolhidas num dos postos de vigilância e controlo da Calçada de Carriche. Da primeira vez que publiquei imagens relativas a esta barricada, recebi correspondência crítica. A tentarem explicar-me que estas barricadas tinham tido alguma utilidade e que as ameaças de Spínola e da direita eram reais. Sei isso tudo. E estou convencido de que, sem esse movimento, talvez tivesse havido regresso de forças muito à direita. O ponto não era esse. Gosto de pensar que se a decisão de impedir as manifestações tivesse sido legal, se as forças de segurança fossem as legítimas e se tudo se tivesse passado dentro da lei, outro seria o destino da revolução e da democracia. Bem sei que era uma revolução... Mas a verdade é que o que começa de modo errado, muitos mais passos em falso terá. Como foi o caso por esses anos de 1974 e 1975... Ainda hoje é difícil convencer muita gente que perdemos tempo, recursos e energias com a revolução e a contra-revolução. Como tínhamos perdido tempo com a guerra e a ditadura. Os exemplos de outros países que fizeram mudanças tão importantes como a nossa (Espanha, Checoslováquia, Hungria, Polónia...) e que não perderam tempo são evidência suficiente.

1 comentário:

vitorpt disse...

As barricadas do 28 de Setembro, existiram sim, porque também existiram aqueles panfletos da "maioria silenciosa" com as máscaras do Zorro, como também existiram sociólogos inventados ministros da agricultura, como, como...
Mas eu era professor, antes da revolução, depois da revolução, e hoje ainda, que passou pelo trabalho voluntário de alfabetização e que nunca se inscreveu em partidos políticos e que nunca deu nada por quem sempre se protegeu à sombra do Estado, dos partidos e afins. Ah,também não andei nessas palhaçadas do 28 de Setembro, nem num lado, nem no outro.
Acho que comigo o Estado ainda lá tinha o ouro todo de Salazar.